quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Arqueólogo nega ter encontrado o túmulo de Cleópatra: "Foi um erro de tradução"

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Em janeiro, durante uma conferência na Universidade de Palermo, em Itália, Zahi Hawass disse saber onde está o túmulo da rainha do Egito. Agora diz que foi um problema de tradução e faz uma revelação sobre quem deveria interpretar a rainha egípcia num novo filme de Hollywood: "Lady Gaga e Beyoncé não seriam adequadas para interpretar o papel de Cleópatra. Recomendei a Angelina Jolie."


Arqueólogo Zahi Hawass

A procura do túmulo de Cleópatra tem sido uma das maiores buscas da arqueologia. E quando se pensava que essa busca parecia estar perto do fim, como o arqueólogo egípcio, Zahi Hawass, teria prometido em janeiro, o próprio veio agora dar outra versão dos factos. "O túmulo desta rainha mágica não foi encontrado", escreveu o famoso arqueólogo no semanário egípcio Al-Ahram sob o título Fake news of Cleopatra. Parece que tudo não passou de um erro de tradução e interpretação, segundo ele.

Em janeiro, durante uma conferência na Universidade de Palermo, em Itália, as palavras de Hawass correram mundo quando ele disse saber onde está o túmulo de Cleópatra, a rainha do Egito: "Acredito que encontrei [a sepultura]. Estou no bom caminho. Tenho grandes esperanças de a encontrar em breve". O lugar "deu-nos, no decorrer dos trabalhos, muitos elementos que nos levarão, sem dúvida, ao túmulo da figura histórica de Cleópatra [c.69-30 a.C.]. Por isso, sabemos agora exatamente onde devemos escavar." Sabe-se agora que esta declaração, feita em egípcio com tradução simultânea da egiptóloga Stefania Sofra, terá sido mal traduzida.

"Disse que escavávamos há muito o Templo de Taposiris Magna a cerca de 45 quilómetros a oeste de Alexandria, e acrescentei que a teoria de que Cleópatra poderia estar ali sepultada não era minha mas sim uma teoria de Kathleen Martinez. Nunca acreditei na teoria de que Cleópatra pudesse estar ali sepultada porque os antigos egípcios nunca enterravam ninguém no interior de um templo", justificou. "Os templos eram para o culto, e este era para a deusa Ísis, logo era muito improvável que Cleópatra estivesse aí enterrada", sublinhou antes de anunciar que será mais provável que a antiga rainha esteja na zona de Al-Selsela. Também nas imediações de Alexandria e onde se situava o palácio agora submerso pelo mar Mediterrâneo e onde agora são feitas buscas subaquáticas, cuja equipa já deu conta de ter descoberto: "Uma entusiasmante estrutura". Uma porta monumental que, com o seu revestimento a granito, cobre e chumbo, "pode ter sido parte da porta do túmulo de Cleópatra".

Com ou sem problema de tradução, o famoso e polémico arqueólogo não se livrou das críticas da comunidade científica. "As notícias publicadas recentemente sobre a descoberta do túmulo de Cleópatra são completamente falsas", escreveu o antigo responsável pelo Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto No diário italiano Il Messaggero.

A história da rainha do Egito alimenta a imaginação de milhões de pessoas há centenas de anos. A busca do túmulo decorre há mais de uma década e desde 2011 são chefiados por Kathleen Martinez.

No artigo de opinião Zahi Hawass escreveu ainda sobre as coisas "muito más" que já se escreveram sobre Cleópatra, "que era gorda, que tinha um grande nariz de papagaio, maus dentes, olhos pontiagudos e um pescoço gordo". E deu um conselho quanto à atriz que deveria interpretar a rainha egípcia num novo filme de Hollywood: "Disse que as cantoras americanas Lady Gaga e Beyoncé não seriam adequadas para interpretar o papel de Cleópatra. Recomendei a Angelina Jolie."


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