sábado, 8 de setembro de 2018

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Física quântica responde


Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? Através do fenómeno de ordem causal indefinida, a física quântica conseguiu responder à questão.

O paradoxo do ovo e da galinha foi proposto pela primeira vez por filósofos da Grécia Antiga para descrever o problema da determinação de causa e efeito. Agora, uma equipa de físicos da Universidade de Queensland e do Instituto NÉEL demonstrou que, no que diz respeito à física quântica, tanto o ovo quanto a galinha foram os primeiros.

Jacqui Romero, do Centro de Excelência ARC para Sistemas de Engenharia Quântica, explica que, na física quântica, a causa e o efeito nem sempre são tão simples, isto é, nem sempre um evento causa o outro. “A raridade da mecânica quântica significa que os eventos podem acontecer sem uma ordem estabelecida“, disse o investigador.

Para explicar, o cientista toma como exemplo o nosso trajeto diário de casa para o trabalho e vice versa. “Se para o trabalho necessita de andar de autocarro e de comboio, primeiro apanha um autocarro e só depois o comboio, dado que não consegue viajar nos dois meios de transporte ao mesmo tempo”.

“Na nossa experiência, os dois eventos podem ocorrer em primeiro lugar”, afirmou o cientista, adiantando que a este fenómeno dá-se o nome de ordem causal indefinida. “É um fenómeno que não conseguimos observar no nosso quotidiano.”

Para conseguirem observar a ordem causal indefinida em laboratório, os cientistas usaram uma configuração chamada interruptor quântico fotónico. Fábio Costa, da Universidade de Queensland, disse que com este dispositivo a ordem dos eventos (transformações na forma da luz) fica dependente da polarização.

“Através da medição da polarização dos fotões à saída do interruptor quântico, conseguimos mostrar que a ordem das transformações que ocorrem na luz não estava estabelecida”, explicou o investigador, citado pelo Europa Press. O artigo científico foi publicado no final de agosto na Physical Reviews Letters.

“Esta é apenas uma primeira prova do fenómeno, a uma escala maior” continuou, acrescentando que a ordem causal indefinida pode ter aplicações reais, como tornar os computadores mais eficientes ou melhorar a comunicação.

fonte: ZAP

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