Em 2020, a ISpace terá o primeiro teste com o lançamento de um orbitador. Em 2021, será a vez de serem largados na Lua dois rovers. Se o ambicioso plano tiver sucesso, já haverá centenas de pessoas a trabalhar na lua, por volta de 2030
A Ispace ainda não tem histórico na exploração espacial, mas já tem um plano desenhado que promete mudar a história da colonização da Lua. A empresa criada pelo empresário japonês Takeshi Hakamada anunciou que pretende fazer dois lançamentos rumo à Lua em 2020 e 2021 – mas esse é apenas o princípio de um projeto bem mais ambicioso, que prevê a construção de uma colónia de 10 mil pessoas no satélite natural da Terra por volta de 2040.
Na primeira das missões, que está agendada para meados de 2020, a Ispace deverá enviar um veículo espacial que deverá passar a orbitar em torno da Lua. Para 2021, o plano da empresa japonesa contempla o lançamento de uma sonda que já deverá alunar, com o objetivo de largar dois rovers para exploração do solo do satélite da Terra. Ambas as missões deverão tirar partido de uma “boleia” dos lançadores reutilizáveis Falcon 9, da SpaceX, informa a Ars Technica.
Não é a primeira vez que Hakamada apresenta um plano para ir à Lua. Antes da Ispace, o mentor da Ispace candidatou-se ao concurso Lunar X Prize, da Google, que pretendia premiar empresas ou consórcios capazes de desenhar missões capazes de levar a cabo missões na Lua. A atribuição do prémio final acabou cancelada, uma vez que nenhum dos concorrentes terá logrado alcançar os objetivos propostos, mas esse desfecho menos animador não chegou para demover o empresário nipónico dos intentos. E assim começou a ganhar forma a Ispace. Hoje, a jovem empresa já conta com o correspondente a 95 milhões de dólares (mais de 81 milhõe de euros), que terão sido angariados junto de investidores mais otimistas.
Entre os desafios mais ambiciosos do plano da Ispace, figura o desenvolvimento de um novo combustível para missões espaciais. Takeshi Hakamada fez saber que esse objetivo poderá ser alcançado por volta de 2030. Para produzir o novo combustível, a empresa conta extrair gelo dos polos lunares para a extração de oxigénio e hidrogénio, que serão usados no desenvolvimento do novo combustível – uma missão que os entendidos consideram ser suficientemente complexa para pôr em causa todo o projeto.
No modelo de negócio da Ispace consta ainda a prestação de serviços de transporte de mercadorias com destino à Lua. Os veículos espaciais que estão a ser desenhados deverão ter capacidade para transportar cerca de 30 quilos de carga.
O transporte de mercadorias pode revelar-se uma peça-chave para o projeto da Ispace: Takeshi Hakamada prevê chegar a 2030 com várias centenas de pessoas a trabalharem tanto em orbitadores como nas primeiras bases lunares que, supostamente, já estarão construídas nessa altura. Estas primeiras levas de trabalhadores terão como missão construir as fundações da denominada Moon Valley - a pretendente ao título de primeira cidade lunar, com capacidade para albergar mais de 10 mil pessoas.
Os objetivos da Ispace surpreendem quando comparados com os roteiros de exploração da NASA, que só prevê levar pessoas para a Lua no final da década de 2020, enquanto a agência espacial chinesa prevê missão similar para a década de 2030.
Muito antes de confirmar a exequibilidade de tamanha ambição, a Ispace terá de passar por algumas provas menos exigentes: o primeiro orbitador, que será lançado em 2020, terá como objetivo captar dados e imagens da Lua. Os dois rovers que deverão ser enviados em 2021 deverão operar conectados. Um dos veículos lunares deverá funcionar como módulo principal que terá como função fornecer comunicações e energia a um segundo módulo de dimensões mais diminutas, que terá como missão explorar locais de acesso mais difícil.
fonte: Exame Informática
Sem comentários:
Enviar um comentário