quarta-feira, 26 de setembro de 2018

NASA revela o que está a movimentar silenciosamente o eixo da Terra


Especialistas da NASA apontaram recentemente três razões que explicam o motivo pelo qual o eixo de rotação da Terra oscila cerca de 10,5 centímetros por ano.

Desde 1899, o eixo de rotação da Terra oscilou cerca de 10,5 centímetros por ano. Agora, uma investigação recente afirma que há três razões, sendo que uma delas é o derretimento do gelo e o consequente aumento do nível da água do mar, particularmente na Gronelândia – colocando assim a culpa nas alterações climáticas.

Outro motivo é o facto de as massas da terra se expandirem para cima à medida que os glaciares recuam e aliviam a sua carga. Por último, mas não menos importante, a culpa é também da rotação lenta do manto, a camada intermediária do nosso planeta.

Em comparação com outros planetas do Sistema Solar, a Terra possui um eixo relativamente estável. Graças à interação gravitacional do nosso planeta com a Lua, nos últimos milhares de milhões de anos, a posição do eixo não sofreu mudanças drásticas, ao contrário de Marte e Urano, por exemplo.

Ainda assim, dados científicos mostram que o eixo terrestre está a deslocar-se pouco mais de 10 centímetros por ano. Uma parte da comunidade científica acredita que o fim da Era do Gelo não poderia ser o único responsável por esta alteração. Como resultado, os cientistas descobriram que a atividade subterrânea afeta mais significativamente a posição do eixo do que a Era do gelo alguma vez afetou.

3 razões

Os cientistas sabem, há já muito tempo, que a distribuição da massa ao redor da Terra determina a sua rotação. Além disso, a rotação da Terra não é uniforme, graças às pequenas oscilações nos movimentos das estrelas no céu noturno, explica o co-autor do estudo Erik Ivins.

Segundo Ivins, os cientistas sabiam que parte da oscilação da Terra era causada pelo ajuste isostático glacial, um processo que está a decorrer desde o final da última era glacial, há 16 mil anos.


Perda de gelo na Gronelândia (linha pontilhada azul), derretimento dos glaciares (linha amarela) e a convecção na camada do manto (linha vermelha).

Quando os glaciares recuam, aliviam a terra abaixo da sua massa. Gradualmente, a Terra responde a esse alívio expandindo-se para cima. Mas este estudo recente, publicado na Earth and Planetary Science Letters, os cientistas descobriram que o ajuste isostático glacial era responsável apenas por 3,5 centímetros de oscilação do eixo por ano – ou seja, cerca de um terço da oscilação (10,5) observada todos os anos ao longo do século XX.

Para tentar perceber as outras razões, a equipa construiu um modelo computacional e descobriram que processos ambientais, como mudanças no equilíbrio do gelo terrestre e das águas oceânicas, causam mais 4,3 centímetros de oscilação a cada ano. O derretimento da Gronelândia foi um contribuinte particularmente importante, adiantou Ivins à Live Science.

Por último, destacam os cientistas, o facto de o manto da Terra não ser estático e de se mover através de um processo de convecção configura assim a terceira e última razão: o material mais quente e mais perto do núcleo sobe, ao passo que o material mais frio afunda num ciclo de movimento vertical.

Ao incluir a convecção no modelo da oscilação da Terra, os investigadores descobriram a terceira e última razão das mudanças na rotação da Terra no século XX.

fonte: ZAP

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