Software permite a comunicação de doentes com paralisia cerebral e esclerose lateral amiotrófica
Precisão pode chegar aos 90%
Uma equipa de cientistas conseguiu traduzir sinais cerebrais em palavras. O método, testado com sucesso na Universidade de Utah, consiste na ligação de uma grelha de microeléctrodos à superfície cerebral de um voluntário, utilizando um software especial para traduzir os sinais emitidos pelo cérebro em palavras.
Foi pedido ao paciente, epiléptico crónico e que já tinha aplicado eléctrodos comuns para tratamento, que lesse repetidamente dez palavras consideradas úteis para uma pessoa paralisada: sim, não, quente, frio, fome, sede, olá, adeus, mais e menos. Cada sessão durou uma hora, durante quatro dias, com cada um dos termos repetidos entre 31 e 96 vezes. Com o software, os cientistas tentaram descobrir qual dos sinais cerebrais representava cada palavra. Ao examinar os dez padrões em seguimento, a precisão era de 28% a 48%, mas comparando padrões distintos, como "sim" e "não", a precisão subia para 76% a 90%.
Embora a tecnologia consiga provar o conceito do projecto, é ainda insuficiente para traduzir com precisão os pensamentos. Ainda assim, o bioengenheiro que lidera a equipa, Bradley Greger, acredita que "em dois ou três anos seja de uso comum entre doentes paralisados". Até agora o sistema foi testado apenas num voluntário, mas os cientistas acreditam que será importantíssimo na melhoria das condições de vida de pacientes com esclerose lateral amiotrófica avançada, paralisia cerebral adquirida ou síndrome do encarceramento - onde todos os movimentos do corpo se perdem, excepto os dos olhos, mas todas as faculdades mentais se mantêm.
fonte: Expresso
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