Este é um dos maiores projectos de engenharia da Europa: construir 21 quilómetros de túneis e novas ligações ferroviárias no centro de Londres. O projecto, que custará 18,6 mil milhões de euros, é de tal forma grandioso que os seus trabalhadores se habituaram mais depressa a encontrar destroços de barcos ou ossadas humanas do que rebentarem uma conduta de água. O barco apareceu em Março deste ano, segundo uma reportagem do Finantial Times.
Tal como noutras descobertas, os trabalhadores deram lugar aos arqueólogos para perceberem melhor que fragmentos eram aqueles encontrados. Para já, apenas se sabe que seriam de um barco construído entre o século XII e XV. Nos últimos anos, já descobriram suficientes materiais para constituir a história britânica: ossos de animais pré-históricos, jóias antigas, vestígios de uma mansão do tempo dos Tudor e esqueletos.
Os ossos humanos foram descobertos perto da estação de Liverpool Street, no local onde existiu um hospital psiquiátrico. St. Bethlehem abriu em 1247 e foi a primeira instituição mental em Inglaterra. Não são os únicos esqueletos encontrados. Os arqueólogos acreditam que ainda poderão encontrar dois famosos nas suas campas num cemitério onde crêem estar enterradas 2500 pessoas: o ervanário Nicholas Culpeper e o político John Lilburne. Mas as letras nas lápides até agora encontradas estão apagadas. À excepção de uma pedra onde estava gravado: “John Bail”, um bebé que morreu com 25 semanas em Abril de 1664.
Existem 20 locais para escavação arqueológica ao longo dos 20 quilómetros do Crossrail. Neste momento, dois arqueólogos estão a trabalhar o solo de uma area onde se sabe existiu um estaleiro naval na época da rainha Victória – terá sido essa empresa a fundar o clube de futebol West Ham.
Mas os locais até agora encontrados não vão ser preservados. Vai ficar registado o que eram e onde estavam, mas as escavadoras vão continuar o seu trabalho de construção do Crossrail. Quanto aos corpos, serão novamente enterrados ou armazenados para análise.
fonte: Sábado
Sem comentários:
Enviar um comentário