quinta-feira, 26 de julho de 2012

Salmão do Alasca muda junto com o clima


O salmão do Alasca está se transformando, ao que tudo indica, para se adaptar às mudanças climáticas.

Investigadores suspeitavam que mudanças nos comportamentos migratório e reprodutivo, que ocorreram em diversas espécies, ocasionadas pela mudança na temperatura, podem ser indícios de ação da seleção natural. Evidências genéticas agora confirmam essa hipótese.

Para o estudo, publicado na semana passada no periódico Proceedings of the Royal Society B, os cientistas estudaram o salmão rosa do Alasca de um riacho próximo de Juneau, capital do Alasca, onde desde 1971 são realizadas contagens diárias completas de peixes adultos.

O salmão migrou em duas populações distintas: uma aparecia no final de agosto e a outra começava a aparecer em setembro. 

Em 1979, os cientistas introduziram um marcador genético neutro na população que migrava por último, para que fosse identificada e rastreada sem que sua forma física fosse afetada.

Nos anos 1980, os migrantes marcados geneticamente formavam aproximadamente um terço da população. Contudo, com o aquecimento dos rios nos primeiros meses do ano, essa percentagem começou a diminuir, para apenas 5 por cento em 2011, embora sem alteração na concentração populacional de modo geral.

Essas alterações foram rápidas, diferentes de mudanças evolutivas graduais. Os peixes que migravam por último praticamente desapareceram em alguns anos.

"É tranquilizador, de certa forma, pensar que os seres têm potencial para se adaptar às mudanças realmente grandes que vêm ocorrendo", afirmou Ryan P. Kovach, principal autor do estudo e estudante de doutorado da Universidade do Alasca, em Fairbanks. 

"O facto de a alteração do clima já estar causando modificações evolutivas deve advertir gestores de recursos e o público em geral."

fonte: UOL

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