A lenda de um monstro misterioso que suga o sangue do gado estendeu-se ao México, ao sudoeste dos Estados Unidos e mesmo à China em meados dos anos 90. Agora, os cientistas pretendem explicar o mito com a ajuda da teoria da evolução.
Na maioria dos casos, as criaturas que provocaram os acidentes eram coiotes com sarna, uma doença dolorosa e por vezes fatal que provoca no animal queda de pelo e crostas sobre a pela, entre outros sintomas. Para alguns cientistas esta explicação é suficiente. "Eu não acho que haja necessidade de procurar mais teorias", afirmou Barry O'Connor, entomólogo da Universidade de Michigan (EUA), que estudou o parasita que causa a doença, à National Geographic espanhola.
O ácaro Sarcoptes scabiei também é responsável por sarna em seres humanos. O animal insere-se sob a pele do hospedeiro, segrega material de resíduos e põe os ovos, causando uma reacção inflamatória no sistema imunitário. A reacção alérgica em seres humanos é, geralmente, menor, mas em animais, que não desenvolveram defesas eficazes contra o parasita pode ser fatal.
O'Connor acredita que é possível que o ácaro tenha passado de seres humanos a cães domésticos e posteriormente a coiotes, raposas e lobos. "Os primatas foram os primeiros hospedeiros do ácaro", afirmou o entomólogo. "A nossa evolução permite-nos manter a sarna controlada, ao contrário do que acontece com outros animais", acrescenta.
Segundo Kevin Keel, especialista em doenças, também o ácaro evolui. A sarna causa lesões nos seres humanos mas não chega a ser mortal, por estes terem capacidade de neutralizar o ácaro. Enquanto nos animais não é alcançado o equilíbrio e pode causar perda de pelo, obstrução dos vasos sanguíneos e fadiga geral.
"O animais com esta doença ficam geralmente muito fracos. Como não conseguem caçar as suas presas habituais, aproximam-se do gado, que é mais fácil de caçar", explicou O'Connor.
Loren Coleman, diretor do Museu de Criptozoologia Internacional de Portland (Maine, EUA) é também da opinião de que os avistamentos de chupacabras, especialmente os mais recentes, podem ser explicado pela presença de coiotes e cães sarnentos. "Em 1995, acreditava-se que os chupacabras eram criaturas bípedes com de um metro de altura e pêlo grisalho, cravado nas costas", disse Coleman.
"No entanto, a descrição do monstro começou a mudar no final dos anos 90 devido a erros de tradução em relatórios", acrescentou. Em 2000, os monstros originais foram substituídos pela figura canina. Coleman concebe a possibilidade de as pessoas imaginarem coisas depois de verem o filme de terror 'Species' que estreou em Porto Rico, em 1995, coincidindo com as primeiras descrições.
Outra teoria é que as criaturas eram na realidade macacos rhesus, animais que seguram nas duas patas traseiras. "Estes macacos foram objeto de estudos em Porto Rico na altura, por isso pode ter sido um grupo que fugiu. Pode ser algo tão simples quanto isto, ou também algo mais interessante, porque, no momento, ainda se estão a descobrir novas espécies de animais", afirmou Coleman ao National Geographic espanhol.
fonte: Diário de Noticias
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