segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cinco mulheres mais importantes do que se pensava na vida de Jesus


Pormenor do "Tríptico da Descida da Cruz", no Museu de Arte Antiga (Miguel Manso)

Foi uma mulher a primeira a receber o anúncio da ressurreição de Jesus, que os cristãos hoje assinalam. Mas há outras mulheres importantes na vida de Cristo, mais decisivas do que tradicionalmente se acreditava.

Maria de Nazaré, Maria Madalena, a samaritana ou a cananeia. Elas estavam lá desde o início. Apesar de desprezadas pela história, várias mulheres tiveram um papel fundamental na vida de Jesus. Muito mais decisivo do que se pensava tradicionalmente. A investigação bíblica recente começa a desvendar factos que contradizem a ideia feita. E a vincar que as mulheres fazem parte do grupo de discípulos de Jesus de forma igual à dos homens. 

Assim é: elas estavam lá desde o início e foram apóstolas, discípulas, evangelizadoras, financiadoras, interpeladoras de Jesus. “Jesus aceitou-as e não as discriminou pelo facto de serem mulheres”, diz à 2 Maria Julieta Dias, religiosa do Sagrado Coração de Maria e coautora de A Verdadeira História de Maria Madalena (ed. Casa das Letras). “Jesus não foi misógino, foi sempre ao encontro das mulheres”, acrescenta Cunha de Oliveira, que acaba de publicar Jesus de Nazaré e as Mulheres (ed. Instituto Açoriano de Cultura). 

Os evangelhos citam várias vezes as mulheres que seguiam Jesus “desde a Galileia”, onde ele começara o seu ministério de pregador itinerante. No momento da crucifixão, são elas que estão junto a Ele. Lê-se no evangelho de S. Mateus: “Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia e o serviram. Entre elas, estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.” E é a uma mulher que primeiro é anunciada a ressurreição de Jesus, que os cristãos assinalam hoje, Domingo de Páscoa. 

Maria Julieta Dias recorda que, em outra passagem do evangelho de Lucas, já se diz que acompanhavam Jesus “os Doze e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens”. 

As mulheres estavam lá, como discípulas. Em Um Judeu Marginal (ed. Imago/Dinalivro), John P. Meier, um dos mais conceituados exegetas bíblicos contemporâneos, não tem dúvidas: “O Jesus histórico de facto teve discípulas? Por esse nome, não; na realidade (...), sim. Por certo, a realidade, mais do que o rótulo, teria sido o que chamou a atenção das pessoas. (...) Quaisquer que sejam os problemas de vocabulário, a conclusão mais provável é que ele considerava e tratava essas mulheres como discípulas.” 

Julieta Dias explica que só se fala em discípulo, no masculino, porque, em aramaico, a palavra não existia. Discípulo era aquele ou aquela que servia o mestre. Mesmo assim, “deve ter sido tão forte o testemunho dessas mulheres que foi quase impossível ignorar o seu testemunho, 40 anos depois, quando os evangelhos foram escritos”. 

Em Jesus e as Mulheres dos Evangelhos (ed. Multinova), Maria Joaquina Nobre Júlio recorda que, na ressurreição, o desconhecido que se dirige às mulheres que iam perfumar o corpo de Jesus, lhes diz: “Porque buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galileia.” Este facto revela que as mulheres estavam incluídas entre o auditório de Jesus, comenta. Sobre o seu ministério, “Jesus não falou afinal só aos discípulos homens”. 

A teóloga espanhola Isabel Gómez Acebo (que é também empresária, casada e dirigente das associações de Teólogas Espanholas e Europeia de Mulheres para a Teologia) diz à 2 que “a todos os discriminados, incluindo às mulheres, Jesus veio devolver a dignidade e a liberdade”. 

“As mulheres mostram uma forma nova de Jesus se aproximar”, diz Maria Vaz Pinto, freira das Religiosas Escravas do Sagrado Coração de Jesus há 26 anos e provincial (responsável) portuguesa da congregação desde Setembro de 2009. “Com elas, Jesus mostra a sua ternura e o seu humor, chama à verdade da vida e à radicalidade da entrega.” 

Como se apagou então o protagonismo das mulheres? Com o tempo, as primeiras comunidades assumiram a cultura envolvente e voltaram a dar predominância aos homens. No momento da redacção dos evangelhos, entre os anos 70 e 100, já essa realidade é inexorável. Explica Joaquina Nobre Júlio: “A recordação do acolhimento de Jesus às mulheres foi-se esvaindo, a visibilidade e a autonomia que ganharam com Ele foram-se perdendo.” O protagonismo dado aos doze apóstolos como líderes da comunidade cristã tem outra razão, na opinião de Julieta Dias: “É um valor simbólico, para dizer que no grupo de Jesus havia capacidade de levar a boa nova às doze tribos de Israel, ou seja, a todo o povo.” 

Mas várias mulheres foram decisivas na vida de Jesus: a mãe, Maria de Nazaré; Maria Madalena, a primeira a quem é anunciada a ressurreição; ou as amigas de Betânia, as irmãs Maria e Marta. A samaritana ou a cananeia discutem com ele e acabam por ser fundamentais para que Cristo repense a sua própria missão. Há ainda a mulher pecadora que entra em casa de Simão e unge Jesus com perfume, e outras a quem ele liberta de pesos pesados: a mulher com fluxo de sangue, a que é curada ao sábado, a viúva que intercede pelo filho, a adúltera que querem apedrejar. Ou ainda as que são nomeadas junto da cruz. 

Elas estavam lá, também, na Última Ceia. “Seria anacrónico se não estivessem. A Última Ceia era uma ceia pascal e a ceia pascal dos judeus era familiar, onde estavam as mulheres e os filhos”, diz Julieta Dias, que no próximo sábado, com a teóloga Teresa Toldy, intervém num debate sobre Jesus, Mulheres e Igreja, promovida pelo movimento Nós Somos Igreja (Convento de São Domingos, Lisboa, 16h). Isabel Gómez Acebo ironiza: “Quem cozinhou na noite da Última Ceia? As mulheres.” 

Maria de Nazaré: de máe a discípula


Descontadas as narrativas da infância de Jesus, de carácter simbólico, não são muitas as referências dos evangelhos à figura da sua mãe. E quando as há nem sempre são simpáticas. Nos três textos sinópticos (os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, assim designados por terem narrativas paralelas), há mesmo discussões porque a família de Jesus queria que ele deixasse o ministério itinerante de pregação. “Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe”, responde um convicto Jesus quando a família o procura. 

Geza Vermes, nascido na Hungria, actualmente professor emérito da universidade inglesa de Oxford, e um dos estudiosos da Bíblia mais conceituados na actualidade, comenta (Quem é Quem no Tempo de Jesus, ed. Texto): “Depreende-se ser óbvio que a família não era bem-vinda. Eles representavam a atitude dos familiares que estavam determinados a [impedir Jesus] de prosseguir a sua carismática missão.” Outras frases semelhantes apontam “claramente para um desacordo sério entre ele e os seus mais próximos e mais amados.” 

Maria aparece junto da cruz apenas no evangelho de S. João. Depois, está com os discípulos no Pentecostes, 50 dias após a Páscoa. Jacques Ducquesne (Maria — A Verdadeira História da Mãe de Jesus, ed. Asa) refere outro mistério que é preciso esclarecer: Maria ocupa um lugar “considerável” nos evangelhos apócrifos, que não foram reconhecidos como autênticos pelas primitivas comunidades cristãs, “muitíssimo maior” do que nos quatro evangelhos canónicos. Aliás, as narrativas da infância de Jesus dos textos de Mateus e Lucas são, em alguns aspectos, próximas das narrativas dos evangelhos apócrifos. 

Em Dizer Deus — Imagens e Linguagens (ed. Gótica), escreve Julieta Dias: “Maria, a mãe de Jesus (…) é a discípula por excelência”, é o “paradigma do discipulado de Jesus”. Foi a personagem de Maria de Nazaré que levou Julieta Dias a estudar teologia, conta agora: “A forma como falavam dela irritava-me e levava-me a pensar que não podia ser o meu modelo: ela era virgem e mãe; eu, sendo virgem, não podia ser mãe; se fosse mãe, não seria virgem.” E quando rezava, na comunidade de religiosas, a oração do Magnificat ao final da tarde, achou que “qualquer coisa não batia certo”. Aquele hino, que Maria de Nazaré recita quando visita a prima Isabel, depois de ambas ficarem grávidas, diz: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. (…) Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias (…).” 

Este é o “texto mais revolucionário” que se poderia cantar, diz Isabel Gómez Acebo. “Há uma linha de pensamento no catolicismo que fala do silêncio de Maria, mas ela questiona muito: quando faz perguntas ao anjo na anunciação, no Magnificat ou quando diz ao filho, nas bodas de Caná, que não há vinho... É uma personalidade muito marcada.” 

Tema debatido é também se ela teve ou não mais filhos. A posição católica e ortodoxa diz que não, várias igrejas protestantes admitem que sim. Frédéric Manns (Maria, Uma Mulher Judia, ed. UCEditora) recorda argumentos linguísticos de ambos os lados para resumir: “A exegese não pode apoiar com certeza a posição tradicional católica e ortodoxa. Mas a posição contrária também não se impõe.” 

Maria Madalena: a apóstola dos apóstolos


“Quem foi, de facto, Maria Madalena: uma pecadora arrependida, uma discípula predilecta, a enviada (apóstola) a anunciar a ressurreição, a esposa de Jesus?”, perguntam Julieta Dias e Paulo Mendes Pinto no livro já citado. Foi o Papa Gregório Magno (590-604) que, num sermão de Páscoa, identificou Maria Madalena, Maria de Betânia e a pecadora que unge Jesus com o perfume como a mesma mulher. Nada mais errado, pois os evangelhos são claros em distinguir três pessoas diferentes. 

Natural de Magdala (Madalena será corruptela do nome), pequena cidade da Galileia (no Norte do actual Israel), Maria é referida nos evangelhos como alguém que, a par de outras mulheres, cuidava de Jesus e colocara os seus bens ao serviço do grupo. O facto “sugere que Maria Madalena era uma pessoa com recursos, que ofereceu a sua devoção a Jesus, que a curara” de “sete demónios”, nota Geza Vermes, que dirige o Centro de Estudos Hebraicos de Oxford. A expressão “sete demónios”, escreve Régis Burnet (Maria Madalena — De Pecadora Arrependida a Esposa de Jesus, ed. Gradiva) remete para “um poder nefasto que a ultrapassa”, um problema do foro psicológico. 

“Era uma mulher com posses, que se apaixonou por Jesus enquanto profeta itinerante”, comenta Cunha de Oliveira à 2. “É alguém que gostou de Jesus de modo incrível”, diz Maria Vaz Pinto. “Não me importa de que cor era o amor que ela tinha, o que interessa é que era tão grande que mudou a sua vida.” 

“Gosto de pensar que ela estava enamorada de Jesus”, acrescenta Isabel Gómez Acebo. “Os evangelhos apócrifos apresentam Maria Madalena como rival de Pedro. Ela tinha tido um protagonismo tão forte que algumas comunidades cristãs do início a seguiram a ela.” 

Madalena é, disso não há dúvida, a primeira pessoa a quem Jesus aparece após a ressurreição. “É a ela que ele diz: vai e anuncia; é patente que Jesus não aparece a Pedro nem à mãe”, nota a teóloga espanhola. E Maria Vaz Pinto recorda que, após a ressurreição, quando Maria pensa que é o jardineiro e reconhece Jesus ao ouvir chamar pelo seu nome, ela quer agarrá-lo. Mas Jesus diz-lhe “não me detenhas” — o célebre “Noli me tangere” fixado em dezenas de obras ao longo da história da arte. “Ele empurra-a para os outros e ela vai”, o que faz dela uma das principais seguidoras. Isabel Gómez Acebo observa que, durante séculos, as relações de Jesus com mulheres foram reduzidas “à sua mãe ou a mulheres pecadoras”. Não convinha, diz, que fossem “amigas nem discípulas”. Mas Maria “foi a primeira discípula”. Por isso a tradição irá apresentá-la “como prostituta a quem Jesus tinha tirado da miséria”. O que “nada tem a ver com a personagem real”. 

Maria de Betânia: a discípula que escuta o hóspede


Irmã de Marta e Lázaro (amigos de Jesus), Maria de Betânia, aldeia próxima de Jerusalém, aparece em duas cenas no evangelho: quando as irmãs choram a morte de Lázaro (texto do evangelho de João, lido nesta semana que antecede a Páscoa) e quando Jesus passa por sua casa e Maria se senta a escutá-lo enquanto Marta se atarefava “com muitos serviços”, como conta Lucas. Marta queixa-se da irmã a Jesus, mas este repreende-a: “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.” 

“Estar aos pés do mestre é, na literatura rabínica, ser discípulo de alguém”, diz à 2 a religiosa espanhola Isabel Maria Fornari, autora de uma tese com o título La Escucha del Huésped (ed. Verbo Divino, Espanha), onde estuda este episódio. Mas a cena remete também para a hospitalidade bíblica, que inclui um elemento importante: o da comunicação. “É importante servir, comer, mas, quando alguém vem a nossa casa, mais importante é a comunicação que se estabelece.” 

Isabel Fornari relaciona este episódio com outro passado já depois de Jesus ter deixado o convívio com os seus: no livro dos Actos dos Apóstolos, conta-se que a comunidade cristã de Jerusalém tem de optar por colocar um grupo a servir à mesa para que os apóstolos possam dedicar-se ao anúncio da mensagem de Jesus. “O mandato de Jesus ‘ide, fazei discípulos e ensinai’ supõe aprender. E isso faz-se num novo horizonte de hospitalidade que dá prioridade à comunicação.” 

Este episódio foi lido durante muito séculos como afirmando a primazia da vida contemplativa sobre a vida activa. “Não tem nada que ver”, diz Isabel Gómez Acebo. “Jesus foi um homem de acção, que orava de noite mas de dia estava com as pessoas”, diz. “Jesus era um homem activo que tinha a presença de Deus a seu lado; não ficou a orar no deserto, foi de cidade em cidade falar às pessoas.” 

O facto de Maria de Betânia se colocar à escuta, diz ainda Maria Vaz Pinto, é “também uma manifestação de amor: estar quieta, aprender, ouvir, deixar-se tocar”. 

Samaritana: saltar todas as normas da moral


É, provavelmente, um dos textos mais notáveis dos evangelhos, este em que Jesus pede água a uma samaritana. Duplo pecado: dirigir a palavra a uma mulher, ainda por cima da Samaria — “os judeus não se dão bem com os samaritanos”, explica a narrativa de São João. A cena decorre por volta do meio-dia, junto ao poço de Jacob, em Sicar. Jesus está cansado e quer descansar e refrescar-se. 

“Jesus adopta logo, implicitamente, o lugar inferior. As suas palavras não são uma ordem, mas um pedido. Dirige-se [à samaritana] de mãos vazias, à procura de qualquer coisa que só ela é capaz de lhe dar”, escreve o Irmão John, de Taizé (À Beira da Fonte, ed. AO). 

“Jesus salta todas as normas da moral judia”, diz Isabel Acebo. “Os patriarcas de Israel encontravam-se naquele poço. Jesus aparece a esta mulher, que já tinha tido seis maridos, como um esposo novo”, de cariz diferente. A mulher espanta-se: “Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?” Jesus responde: “Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!” Jesus acrescenta depois: “Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede; mas, quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna.” 

O diálogo prossegue com Jesus a dizer que chegará a hora em que Deus será adorado “em espírito e verdade” e não num qualquer templo. E quando a mulher diz que todos esperam o messias, Jesus diz-lhe: “Sou eu, que estou a falar contigo” — é a única vez em que se assume como tal perante alguém. 

Em Dizer Deus, escreve a teóloga italiana Nicoletta Crosti: “Esta mulher representa-nos a todos (...) representa o caminho do ‘acreditar’, (...) a nossa sede de uma vida mais rica (...), as infinitas perguntas sobre as coisas últimas e penúltimas.” 

A pecadora de Betânia: Jesus deixa-se acariciar


É uma mulher que “entra e sai em silêncio, mas o leitor sente que a sua passagem se revestiu de uma eloquência ímpar”, escreve o biblista José Tolentino Mendonça em A Construção de Jesus (ed. Assírio & Alvim). Nesta obra, o autor analisa o episódio em que uma pecadora irrompe pela casa de Simão, um fariseu, que convidara Jesus. 

“Estando por detrás, aos seus pés, chorando começou a banhar-lhe os pés com lágrimas e com os cabelos da sua cabeça os enxugava e beijava-lhe os pés e ungia-os com perfume”, conta o texto de São Lucas. Simão diz para consigo: “Se este fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que o toca, pois é uma pecadora!” Jesus pressente o que ele pensa e, depois de lhe contar uma parábola, diz que a mulher lhe banhou os pés com as suas lágrimas e o perfumou. E conclui: “São perdoados os pecados dela, os muitos, porque amou muito.” 

“É impressionante como Jesus se deixa acariciar e não faz nenhum gesto para a afastar”, diz Isabel Gómez Acebo. Para Maria Vaz Pinto, a mulher traduz “outra característica de quem ama, o lado feminino do que não é estritamente necessário, a extravagância que enche a vida de cor e de perfume”. Trata-se, acrescenta, de algo que “não serve para nada, mas que é um gesto muito bonito no seu excesso”. 

“A transformação do estatuto da mulher derrama um perfume novo” pelo próprio evangelho, comenta Tolentino Mendonça. E “nesse encontro, mais do que noutros”, essa mulher “assinala, reconhece, toca, molha e unge o mistério de Jesus”.

fonte: Público

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