segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Por que a Lua está ficando mais distante da Terra?


No filme Bruce,Todo Poderoso, o personagem interpretado por Jim Carrey é capaz de laçar a Lua, trazendo-a mais perto da Terra. Cientistas afirmam, no entanto, que na vida real o maior satélite natural do Sistema Solar está fazendo o oposto, afastando-se do nosso planeta a um ritmo de 3,8 centímetros por ano.

Acredita-se que a Lua foi formada há cerca de 4,5 biliões de anos atrás, quando um protoplaneta do tamanho de Marte colidiu com a Terra. Os detritos resultantes do impacto se fundiram e formaram a Lua – ao menos, é o que apontam as simulações do impacto, com resultados bastante consistentes com o sistema que vemos no século XXI.

As simulações também mostram que, no momento da colisão, a Lua estava muito mais próxima da Terra, a uma distância de pouco mais de 22 mil quilómetros. Atualmente, essa distância é calculada em 400 mil quilómetros e, a cada ano, aumenta cerca de 3,8 centímetros.

De acordo com cientistas, essa migração se dá devido à ação das marés. A atuação da força gravitacional da Lua causa alterações no nível da água do mar em nosso planeta, e faz com que as marés se “alinhem” ao satélite durante o movimento de rotação da Terra. No entanto, uma faixa das águas está sempre um pouco à frente da Lua.

O resultado desse fenómeno é que parte da energia da Terra é transferida para a saliência das marés, através da resistência apresentada pelas duas superfícies em contacto, movimentando-se uma em relação à outra. Essa grande massa de água, em seguida, exerce a sua própria atração gravitacional sobre a Lua, fazendo com que ela se acelere.

Aumentando sua velocidade, o satélite se afasta. A comparação utilizada pelos investigadores é a de crianças brincando num gira-gira: quanto mais veloz, mais forte a sensação de se estar a ser atirado para fora.

Porém, o efeito oposto acontece com a Terra: nossa velocidade está diminuindo. Quando a Lua estava recém-formada, por exemplo, os dias em nosso planeta duravam cerca de cinco horas, mas durante 4,5 biliões de anos nós travamos o suficiente para deixar o dia com as 24 horas com que estamos familiarizados.

A principal preocupação, contudo, não é com a duração dos dias em si. Mas assim como um prato girando numa vara, velocidade é a chave para manter o equilíbrio do objeto. De maneira semelhante, o nosso planeta pode começar a oscilar lentamente, o que terá um efeito devastador em nossas estações, com variações de temperaturas muito maiores do que estamos acostumados.

Como seres adaptáveis, teríamos a capacidade de sobreviver, transformando o ambiente de acordo com nossas necessidades: muito ar-condicionado no verão e aquecedores no inverno. Mas o que aconteceria com os animais? Infelizmente, estes não são tão adaptáveis às mudanças climáticas, e muitos não seriam capazes de evoluir com rapidez suficiente ou migrar para lugares mais seguros.

Segundo os cientistas, no entanto, ainda temos pouco a temer. Mudanças como essa podem levar biliões de anos, e até lá é possível que o homem tenha desenvolvido tecnologia suficiente para reverter o problema.


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