domingo, 13 de fevereiro de 2011

Descoberta em Beja uma das maiores necrópoles islâmicas do país


Uma das maiores necrópoles do período Islâmico em Portugal foi descoberta em Beja, nas obras de modernização da Escola Secundária Diogo de Gouveia.

"Esta necrópole é, certamente, uma das maiores encontradas no país", garantiu à Agência Lusa Raquel Santos, que coordena a equipa da Neoépica, empresa que está a efectuar a arqueologia preventiva associada às obras.

Os trabalhos decorrem desde Novembro de 2009 e a necrópole tem estado a ser escavada pelos arqueólogos, no âmbito das obras de modernização da Escola Secundária Diogo de Gouveia (Liceu de Beja), a cargo da Parque Escolar.

"A escavação acompanhou a obra em si e temos várias áreas intervencionadas, quer no exterior, quer no interior do edifício da escola. Os vestígios da necrópole islâmica são os que saltam mais à vista", realçou Raquel Santos.

Até ao momento, disse, os arqueólogos já encontraram esqueletos correspondentes a "250 indivíduos, de ambos os sexos, maioritariamente adultos, mas também crianças e jovens".

"A maior parte é do período islâmico, em que os indivíduos eram enterrados de lado, mas há alguns enterramentos cristãos, em que os mortos foram deitados de costas", acrescentou.

Segundo Raquel Santos, os trabalhos arqueológicos na necrópole, cujos limites "não estão totalmente definidos", uma vez que "só está a ser escavada a área afectada pelas obras", compreendem o levantamento dos 250 enterramentos.

A coordenadora acrescentou a que a necrópole deverá conter "ainda mais" enterramentos, mas essa área não vai ser intervencionada.

O local onde se encontra a necrópole islâmica será "novamente tapado", para que as obras possam avançar, revelou também Raquel Santos, referindo que, além destes vestígios, foram encontradas mais estruturas arqueológicas no espaço da escola.

Vários silos, com "dois ou três metros de profundidade" e que serviam para guardar alimentos, assim como estruturas muros e, eventualmente, de habitações são outros dos vestígios, alguns deles de "épocas mais modernas", mas cujo período cronológico exacto ainda não foi estabelecido, explicou a responsável.

fonte: JN

Sem comentários:

Enviar um comentário