O RoboEarth foi pensado para um futuro em que os robôs precisarão de fazer tarefas novas e interagir com objectos estranhos
Talvez num futuro não muito longínquo poderemos ter em nossa casa robôs que nos assistam nas tarefas diárias, como fazer a cama e pôr a mesa. Para que essas tarefas possam ser mais facilmente entendidas por todos os robôs, 35 investigadores europeus estão a desenvolver uma espécie de Wikipedia para as máquinas chamada RoboEarth. Uma base de dados onde os robôs possam ir buscar a informação que precisam.
O RoboEarth será uma base de dados para onde os robôs possam enviar informação quando completam uma tarefa e onde poderão ir buscar instruções quando estiveram a completar uma nova acção.
Esta plataforma poderia, por exemplo, ajudar um robô a perceber o que é que quer dizer exactamente o comando “põe a mesa” e entender quais os objectos necessários para completar essa tarefa.
O RoboEarth poderá tornar-se muito importante nas próximas décadas, altura em que se presume que as casas poderão começar a estar equipadas com robôs domésticos para que estes possam ajudar nas tarefas quotidianas. Em países em que a população começa a ficar envelhecida, como no Japão, estes robôs domésticos começam, aliás, a ser uma realidade.
O RoboEarth foi pensado para um futuro em que os robôs precisarão de fazer tarefas novas e interagir com objectos estranhos. Se a informação acerca destas tarefas e objectos já estiver nesta base de dados global, os robôs conseguirão entender o que fazer perante uma nova situação. Ficarão a par de um crescente volume de dados que será enviado para o RoboEarth pelas diferentes máquinas.
O investigador Markus Waibel, do Instituto federal de Tecnologia, em Zurique, na Suíça, explicou à BBC que, hoje em dia, os actuais modelos de robôs não estão estandardizados. Cada investigador da área da robótica usa o seu próprio sistema de dados. E isto torna difícil a patrulha de informações entre as máquinas.
Pelo contrário, com o RoboEarth, a informação que um robô apreende acerca do mundo pode ser encontrada e usada por outro.
O equivalente humano seria a Wikipedia, indicou Markus Waibel. “A Wikipedia é algo que os humanos usam para partilhar conhecimento, algo que cada pessoa pode editar, melhorar e à qual pode aceder”, disse. “Algo como isso não existe para os robôs”.
Seria óptimo se um robô conseguisse entrar num local que nunca antes tivesse visitado, consultasse o RoboEarth e ficasse a saber tudo sobre aquele local e sobre os objectos que aí se encontram e as tarefas que deveria desempenhar e rapidamente se pusesse ao trabalho, disse Markus Waibel.
Um sistema como o RoboEarth será absolutamente essencial para que os robôs sejam realmente úteis para os humanos, indicou ainda o investigador.
O projecto - com a duração de quatro anos - é financiado pela União Europeia e conta com o trabalho de 35 investigadores.
fonte: Público
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