sábado, 3 de dezembro de 2016

Químicos russos descobriram molécula que destrói o cancro invulnerável


Químicos da Rússia e investigadores da empresa norte-americana Immune Pharmaceuticals descobriram um composto de enxofre, hidrocarbonetos e nitrogênio que pode destruir células cancerosas invulneráveis aos efeitos de outros tipos de quimioterapia, diz um artigo publicado na revista European Journal of Medicinal Chemistry.

"A escolha da classe de compostos não é acidental. O facto é que muitos aminoizotiazois mostram uma largo espectro de actividade farmacológica e biológica. Portanto, nós supusemos que os compostos desta classe com os grupos químicos adequados poderão exibir actividade anti câncer", diz Aleksander Kiselev do Instituto Físico Técnico de Moscovo (MFTI, sigla em Russo) em Dolgoprudny, cujas palavras cita o serviço de imprensa do MFTI. 

A quimioterapia, com a qual os médicos destroem os tumores de câncer, funciona de duas maneiras — ou danificando o ADN das células cancerosas, as obrigando a se auto destruírem, ou inibindo seu crescimento e divisão. O segundo método hoje em dia é mais popular, porque ele não resulta em formas mais agressivas de células cancerosas devido ao desenvolvimento de novas mutações no seu genoma.

Os preparados deste tipo, os chamados antimitóticos, destroem a tubulina — uma das proteínas básicas de células, criticamente importante para a divisão. Estas substâncias tanto foram obtidas sinteticamente, como foram encontradas em plantas tropicais. Além disso, os cientistas do MFTI descobriram recentemente "matéria-prima" para estas substâncias na salsa comum e no funcho.

No seu novo trabalho, Kiselev e seus colegas descreverem um novo método para a síntese de tais moléculas, que permite obter de forma suficientemente rápida e barata preparados anticancerosos semelhantes. Usando esta técnica, os químicos da Rússia e seus colegas estrangeiros recolheram três dezenas de variantes destes preparados, cuja eficácia foi verificada por tentativas de destruição de culturas de células cancerosas e embriões de ouriços do mar.

Como mostraram os experimentos, a adição a uma molécula dessas de dois novos "anéis" de hidrocarbonetos, que contêm átomos de oxigénio e de enxofre, aumentou significativamente a sua actividade e a "ensinou" a parar o processo de divisão, mesmo em células cancerosas que não são afectadas pela quimioterapia usual. Outras dez substâncias também demonstraram um alto nível de actividade, e elas também podem ser usadas para combater o cancro.

No futuro, os cientistas planeiam estudar como esta substância está organizada e como ela se liga aos microtúbulos dentro de células que estão se dividindo e os destrói. Tal conhecimento vai ajudar a melhorar as propriedades desse remédio e vai permitir criar análogos diferentes deste em estrutura e características de "combate".

fonte: Sputnik News

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