Antevisão da base lunar habitada da Agência Espacial Europeia: a impressão 3D permite construir estruturas complexas que as tecnologias convencionais não alcançam ESA
Impressora 3D usada nas experiências da ESA: a tecnologia permite poupanças de 50% a 95% face aos processos de construção convencionais
Agência Espacial Europeia estuda a hipótese de construir uma base habitada na Lua com materiais locais, usando a tecnologia da impressão em 3D.
A tecnologia da impressão em 3D já produziu estruturas completas na Terra, mas a Agência Espacial Europeia (ESA) quer agora aplicá-la à construção de uma base habitada na Lua em parceria com várias empresas, incluindo o ateliê do arquiteto britânico Norman Foster.
A base seria composta por várias cúpulas insufláveis cobertas por camadas de regolito (solo lunar) impressas em 3D e colocadas por robôs, que funcionariam como um escudo para proteger os seus habitantes contra as radiações espaciais e os micrometeoritos.
"A impressão em 3D oferece meios potenciais para facilitar a colonização da Lua com reduzido apoio logístico da Terra", afirma Scott Hovland, membro da equipa de voos espaciais humanos da ESA, acrescentando que esta tecnologia deve ser considerada pelas agências espaciais nas suas estratégias de exploração de outros mundos.
Imprimir camadas de materiais
Também conhecida por prototipagem rápida, a impressão 3D é uma tecnologia digital de fabricação em que um modelo tridimensional de um objecto sólido desenhado em computador é construído por impressão de sucessivas camadas do mesmo material ou de diferentes tipos de materiais.
A impressão 3D é, assim, conseguida usando processos de fabricação aditivos, sendo muito usada na arquitectura, construção, engenharia civil, design industrial e nas indústrias de moldes e componentes automóveis, equipamentos médicos e dentários, calçado, joalharia e aeroespacial.
A ESA já produziu, com os parceiros industriais deste projeto, uma estrutura celular oca com 1,5 toneladas de peso para demonstrar as vantagens da impressão 3D na construção dos edifícios da futura base lunar.
Resistir a climas extremos
"A nossa habitação lunar segue a mesma lógica das construções que desenhamos para resistirem a climas extremos na Terra, onde exploramos as vantagens ambientais dos materiais locais e sustentáveis", explica Xavier De Kestelier, especialista da Foster + Partners.
Enrico Dini, fundador da Monolite, a empresa que participa no projeto com uma grande impressora 3D, esclarece por sua vez que o processo de fabrico passa, a nível experimental na Terra, por "misturar material lunar simulado com óxido de magnésio, que o transforma em 'papel' que depois podemos imprimir".
A impressora da Monolite consegue construir estruturas de dois metros por hora, mas Enrico Dini prevê que a próxima geração de impressoras permitirá atingir os 3,5 metros por hora, "fabricando um edifício completo em uma semana".
fonte: Expresso
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