sábado, 17 de fevereiro de 2018

Gravuras rupestres descobertas nas margens do Guadiana são do Calcolítico


Os novos núcleos de arte rupestre encontram-se nas margens do rio perto da Ermida de Nossa Senhora da Ajuda, no concelho de Elvas.

As cinco gravuras descobertas na semana passada nas margens do rio Guadiana, em Elvas, postas à vista devido à descida das águas por causa da seca, poderão ser do Calcolítico. Esta hipótese foi avançada pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA) depois de ter enviado ao local da descoberta, junto à Ponte da Ajuda, um arqueólogo que contactou o “achador” das gravuras rupestres, Joaquim Larios Cuello, e o responsável pela sua divulgação, o historiador Luís Lobato de Faria.

As rochas com as gravuras, que lembram a forma de serpentes e de figuras humanas através de picotados em rochas, “enquadram-se no tipo de manifestação artística” já antes identificada a jusante, refere a DRCA. António Martinho Batista, investigador de arte pré e proto-histórica e até recentemente director do Parque Arqueológico do Vale do Côa, que foi consultado sobre este achado, admite que a arte rupestre descoberta nas margens do Guadiana “pode ser inédita”. Na apreciação que entretanto fez dos novos achados, coloca a hipótese de que estes se podem inserir no período II da arte rupestre do Guadiana, acrescentando que as gravuras podem ser arte calcolítica, ou seja, da Idade do Cobre.

A DRCA adianta que está a preparar, com a Câmara de Elvas, Martinho Batista e os achadores das gravuras, uma campanha de estudo e documentação gráfica e fotográfica destes novos achados.

Nos finais de Abril de 2001, decorriam então os trabalhos de construção da Barragem do Alqueva foram descobertas, perto de Monsaraz, dezenas de painéis de gravuras datadas do Neolítico, localizadas numa extensão de dez quilómetros na margem direita do rio Guadiana. O achado ocorreu quando os especialistas procediam a uma acção de prospecção realizada nas margens do rio.

Desde os finais dos anos 90 do século passado que é conhecida a existência de gravuras rupestres do período neolítico nas margens espanholas do rio Guadiana, a apenas alguns quilómetros a montante da Barragem do Alqueva.

A prospecção arqueológica efectuada em 1996 conduziu à descoberta de três núcleos de arte rupestre, localizados junto às localidades de Agualta, São Cristóvão e Valadares.

fonte: Publico

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