A rutura do bloco de gelo A-68, com quase seis mil quilómetros quadrados e a sua separação da plataforma de gelo Larsen C, na Antártida, teve um efeito inesperado: um misterioso ecossistema marinho completamente desconhecido.
Uma equipa de cientistas, liderada pelo British Antarctic Survey (BAS), começou esta semana a explorar este misterioso ecossistema, que permaneceu debaixo da plataforma de gelo antártico – recentemente exposto à luz – durante mais de 120 mil anos.
Quando o bloco de gelo A-68 se moveu, criando uma fenda, revelou uma extensão aquosa com mais de 5800 quilómetros quadrados que nunca havia conhecido a luz solar.
Agora, a equipa de cientistas do BAS começa a sua corrida em direção a essas águas geladas para explorar a vida que poderiam conter – antes desta rápida transformação no ecossistema antártico irrevogavelmente altere a sua existência.
“Nós não sabemos nada sobre este ecossistema. Foi coberto por uma plataforma de gelo de várias centenas de metros de espessura”, disse o biólogo marinho Katrin Linse, ao The Independent. “É importante chegar lá rapidamente antes que o ecossistema mude, visto que, à medida que a luz solar entra na água, as novas espécies começam a colonizar”.
Linse e a equipa de cientistas vão esta semana para as Ilhas Falkland. Na viagem, que irá durar três semanas, os cientistas vão recolher animais marinhos, micróbios, plâncton, sedimentos e amostras de água, além de documentar evidências de novos mamíferos marinhos ou aves que possam ter migrado para as águas expostas.
Embora seja este o plano traçado, a equipa reconhece que não sabe o que esperar quando chegar lá. “Estamos a entrar numa área onde não sabemos o que vamos encontrar, e isso é excitante“, disse Linse à BBC News Radio.
O que é certo é que é vital que os cientistas aproveitem esta oportunidade, dado que uma porta destas pode demorar mais 120 mil anos a abrir.
fonte: ZAP aeiuo
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