A criatura tem o nome científico de Tokummia katalepsis
Paleontólogos identificaram fósseis, com 507 milhões de anos, de uma nova criatura marinha que podem clarificar a origem dos mandibulados, o mais abundante e diverso subgrupo de seres vivos na Terra ao qual pertencem moscas, formigas, lagostas ou centopeias.
Os fósseis foram identificados no Canadá por uma equipa da Universidade de Toronto e do Museu Real de Ontário, tendo as conclusões do trabalho sido publicadas esta quarta-feira na revista científica Nature.
A criatura, uma mistura de caranguejo, centopeia e raia na aparência e a que os paleontólogos deram o nome científico 'Tokummia katalepsis', é considerada "um novo e bem preservado" artrópode, grupo de animais invertebrados com membros segmentados e exosqueletos (que revestem a parte externa do corpo, como as escamas ou as carapaças) rígidos, assinala a universidade canadiana num comunicado.
A nova espécie documenta, pela primeira vez, em detalhe a anatomia dos antigos mandibulados, subgrupo dos artrópodes que possuem mandíbulas, usadas para agarrar, esmagar e cortar alimentos.
"Até agora, tínhamos apenas indicações dispersas de como os primeiros artrópodes com mandíbulas eram e nenhuma ideia de quais poderiam ter sido as outras características-chave que desencadearam a diversificação do grupo", assinalou o autor principal da investigação, Cédric Aria.
O 'Tokummia katalepsis', um nadador ocasional com cerca de 10 centímetros de comprimento, viveu num mar tropical e estava entre os maiores predadores do período Cambriano.
O seu corpo era constituído por mais de 50 pequenas patas, que terminavam em pinças como as dos caranguejos e estavam cobertas por uma estrutura semelhante a uma carapaça cuja forma faz lembrar uma raia. As duas pinças maiores, na parte dianteira do animal, serviam possivelmente para capturar presas na lama.
Os fósseis provêm de rochas sedimentares perto de Marble Canyon, no Parque Nacional de Kootenay, na Colúmbia Britânica, no Canadá, e foram descobertos numa campanha conduzida pelo Museu Real de Ontário, em 2014.
De acordo com o paleontólogo Cédric Aria, o estudo sugere que um número de outros fósseis do sítio Burgess Shale, como os das espécies 'Branchiocaris', 'Canadaspis' e 'Odaraia', formam com os de 'Tokummia katalepsis' um tipo de artrópodes parecidos com crustáceos (caranguejos, lagostas...) que pode agora ser "colocado na base de todos os mandibulados".
O depósito de fósseis Marble Canyon foi descoberto numa prospeção realizada pelo Museu Real de Ontário, em 2012, e faz parte do sítio Burgess Shale, património mundial desde 1980 e localizado entre os parques nacionais de Yono e Kootenay, nas montanhas rochosas canadianas.
fonte: Diário de Noticias
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