O primeiro peixe de caverna europeu, do género 'Barbatula', foi descoberto numa gruta de difícil acesso no sul da Alemanha, foi hoje divulgado.
Um estudo publicado no jornal científico 'Current Biology', refere que o peixe foi inicialmente descoberto por um mergulhador e identificada por investigadores e que análises genéticas e o perfil geológico da região sugerem que o peixe de caverna surgiu recentemente, nos últimos 20.000 anos.
Apesar do tempo evolutivo ser relativamente curto, os peixes agora descobertos mostram adaptações características dos "verdadeiros" peixes de caverna.
Jörg Freyhof, co-autor do estudo e taxonomista (especialista em classificações científicas) de peixes, explicou que os olhos dos exemplares descobertos são muito pequenos, parecendo quase curvados para dentro e a sua cor quase desapareceu. Os peixes também têm barbatanas longas, e narinas maiores que as dos peixes que vivem mais perto da superfície.
O mergulhador, Joaquim Kreiselmaier, avistou os peixes em agosto de 2015 quando explorava as partes mais profundas do sistema de cavernas Danúbio-Aach, na Alemanha, que só podem ser alcançadas em condições particularmente secas no verão e no outono.
Quando percebeu que os peixes "pareciam estranhos", tirou algumas fotografias e mostrou-as ao geólogo Roland Berka. Mais tarde, Freyhof confirmou que os peixes mostravam adaptações específicas à existência em cavernas.
O mergulhador referiu que é muito difícil aceder às cavernas "devido à visibilidade normalmente má, corrente forte, temperatura fria e entrada labiríntica".
Em novembro de 2015, Kreiselmaier conseguiu capturar um espécime vivo, o que permitiu aos investigadores estudar as suas características em maior detalhe. Em 2016, apanhou mais quatro peixes, permitindo um estudo mais aprofundado da sua forma e genética.
Com base na comparação morfológica e genética dos peixes de superfície capturados a montante e a jusante da caverna, os investigadores afirmaram que os peixes de caverna são uma população isolada.
Os resultados mostram que a adaptação aos meios subterrâneos pode ser rápida, exigindo apenas alguns milhares de anos.
fonte: TSF
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