Uma estrela e um buraco negro que orbitam entre si a altíssima velocidade a cada 2,4 horas foram descobertos pelo telescópio espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia.
Uma estrela e um buraco negro da Via Láctea, que orbitam entre si a uma velocidade vertiginosa em cada 2,4 horas, foram identificados pelo telescópio XMM-Newton da Agência Espacial Europeia (ESA), que divulgou uma animação sobre este fenómeno.
A estrela desloca-se à incrível velocidade de dois milhões de quilómetros por hora (556 km por segundo) e o buraco negro a 150 mil quilómetros por hora (42 km por segundo) e o período orbital de 2,4 horas é o mais curto registado até agora num sistema binário como este.
20 vezes mais rápida do que a Terra
A velocidade da estrela é 20 vezes mais rápida do que a da Terra a orbitar o Sol. Esta estrela, uma anã vermelha, tem uma massa equivalente a 20% da massa do Sol, enquanto o buraco negro, conhecido por MAXI J1659-152, é pelo menos três vezes mais massivo do que o Sol.
As anãs vermelhas são pequenas estrelas relativamente frias, com uma massa que varia entre 0,075 e 0,4 massas solares. A sua temperatura à superfície é inferior a 3800 graus centígrados (mais baixa que a temperatura mínima do Sol) e são as estrelas mais comuns da nossa galáxia.
Um buraco negro é uma região do espaço onde a gravidade impede toda a matéria e energia de se escapar, incluindo a própria luz. O MAXI J1659-152 está a atrair material da pequena estrela e emite raios -X que são detetados pelo telescópio espacial XMM-Newton.
Situação muito rara
Este sistema binário está localizado fora do disco principal da Via Láctea, uma situação muito rara que foi apenas detetada pela ESA em dois outros sistemas binários do mesmo tipo.
Erik Kuulkers, investigador do Centro Europeu de Astronomia Espacial da ESA em Espanha, que liderou esta descoberta, afirma que "a localização pouco habitual deste sistema binário e o curto período orbital são indícios de uma nova classe de sistemas binários, objetos que devem ter sido expulsos do plano da nossa galáxia durante a formação explosiva dos próprios buracos negros".
O XMM-Newton é o telescópio espacial de raios-X mais sensível de sempre e foi lançado em 1999. A descoberta agora revelada foi possível depois de uma sessão de 14,5 horas de observação ininterrupta do aparelho.
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