Robert Kennedy momentos depois que foi baleado no Hotel Ambassador, em Los Angeles
Nina Rhodes-Hughes (à esquerda), na foto com Robert F Kennedy (centro), disse que o candidato presidencial foi atingido por dois atiradores
Uma testemunha do assassinato do senador democrata Robert Kennedy em 1968 afirmou que havia um segundo atirador no Ambassador Hotel de Los Angeles e que o FBI "modificou" sua declaração.
"Havia outra pessoa disparando à minha direita. A verdade tem que ser contada. Não há lugar para enganos", afirmou Nina Rhodes-Hughes, de 78 anos, em entrevista telefónica à emissora CNN.
"Para mim é promissor e triste que isto só saia à luz agora e não antes, mas pelo menos é melhor do que nunca", acrescentou Rhodes-Hughes, voluntária na campanha de Kennedy e que estava junto do senador na cozinha do hotel.
Sirhan Sirhan, de 68 anos, é a única pessoa processada pelo atentado contra o senador Kennedy e outras cinco pessoas e cumpre prisão perpétua na Califórnia.
Apesar de reconhecer os factos no julgamento de 1969, Sirhan posteriormente se retratou e sua nova equipa de advogados solicitou sua libertação perante os erros nos documentos apresentados pelo FBI e a declaração de Rhodes-Hughes.
Os advogados de defesa argumentam que Rhodes-Hughes escutou entre 12 e 14 disparos, mais do que Sirhan podedia executar. Um juiz do distrito de Los Angeles deverá decidir agora se aceita o recurso de Sirhan e de seus advogados.
"Houve mais de oito tiros. Foram pelo menos 12, talvez 14. E eu sei porque escutei o ritmo em minha cabeça", disse Rhodes-Hughues, atriz reformada e que agora vive no Canadá, à CNN.
"Quando eles dizem apenas oito disparos, a raiva dentro de mim é tão grande que volto a me emocionar, porque é totalmente falso", afirmou.
A testemunha disse que um mês após o assassinato explicou ao FBI na Califórnia o número de disparos, mas os agentes modificaram sua declaração "para que coincidisse com o que eles queriam que o público achasse".
Rhodes-Hughes acrescentou que Sirhan estava no local e por isso ela não acha que ele deva ser absolvido, mas insistiu que "definitivamente havia outro atirador".
Quase cinco anos depois do assassinato de seu irmão John F. Kennedy em Dallas (Texas), Robert F. Kennedy anunciou sua intenção de obter a candidatura democrata para as eleições presidenciais de 1968. Seu assassinato no Ambassador Hotel de Los Angeles atrapalhou estes planos em junho daquele ano.
fonte: Terra
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