domingo, 27 de maio de 2012

Primeiros animais terrestres não conseguiam caminhar


Ilustração mostra provável aparência do Ichthyostega: reconstrução de esqueleto mostra que animal se locomovia como as focas

Reconstrução de esqueleto de um dos primeiros vertebrados terrestres mostra que ele não teria como caminhar com os quatros membros.

A reconstrução dos membros de fósseis de Ichthyostega, um dos primeiros vertebrados terrestres que viveu há cerca de 375 milhões de anos, mostrou que ele não era capaz de andar. É o que sugere estudo publicado na quarta-feira no periódico científico Nature.

Na pesquisa, cientistas fizeram o scanner de fósseis do Ichthyostega e reconstruíram no computador seu esqueleto em três dimensões. “Este foi o primeiro estudo a examinar a evolução da locomoção terrestre de um dos primeiros tetrápodes usando modernas técnicas tridimensionais”, afirmou ao iG Stephanie Pierce, uma das autoras do estudo, do Royal Veterinary College, da Universidade de Londres, na Inglaterra.

O resultado da análise mostrou que os membros e juntas do Ichthyostega não tinham a estrutura necessária para fazer com que ele caminhasse com os quatro membros. 

“Foi definitivamente surpreendente ver que as juntas do quadril do Ichthyostega não podiam rodar as pernas numa posição que as permitisse tocar o chão. Isto significa que a visão tradicional do Ichthyostega se locomovendo como uma salamandra em terra está incorreta. Na verdade, seus membros eram incapazes de realizar este movimento”, explicou Stephanie. A forma de locomoção, segundo os investigadores, deveria ser bastante semelhante à das focas actuais.

O próximo passo do trabalho é justamente descobrir exatamente como o Ichthyostega se movia. “Trabalhos anteriores sugerem que a coluna deles se movia para cima e para baixo como de um mamífero e não de lado como nos peixes ou na salamandra. Planeamos agora testar esta ideia e criar uma imagem de como o corpo inteiro do Ichthyostegamovimentava”, comentou Stephanie.

A descoberta da forma de locomoção do Ichthyostega leva a hipótese de que as mudanças na forma de “andar” dos primeiros tetrápodes tenha sido um processo evolutivo gradual. Outro estudo publicado esta semana mostrou que esta evolução também pode não ter acontecido ao mesmo tempo em que os animais começaram a andar sobre a terra.

O trabalho, feito com o fóssil da enguia Tarrasius problematicus , mostrou que um animal aquático podia, sim, ter uma coluna dividida em cinco partes, semelhante à dos tetrápodes, o que se imaginava ser impossível.

fonte: IG

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