quinta-feira, 17 de maio de 2012

O segredo dos navios na batalha de Stalingrado


No rio Volga foi concluída uma expedição submarina única – “O segredo dos navios na batalha de Stalingrado”. Esta expedição foi dedicada ao septuagésimo aniversário do início da batalha de Stalingrado. 

Durante três dias, um grupo de mergulhadores russos pesquisou o leito do rio procurando navios aí afundados durante a Segunda Guerra Mundial.

A guerra atingiu o rio Volga no verão de 1942, quando as tropas alemãs se aproximavam de Stalingrado. 

A tomada desta cidade permitiria ao inimigo cortar uma hidrovia de importância estratégica – os derivados de petróleo para todos as frentes de batalha eram transportados pelo Volga. Era preciso defender a cidade, custasse o que custasse.

A batalha de Stalingrado, - uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, - já foi tema de numerosos livros e filmes. 

Muitos episódios das operações de combate no rio Volga continuam desconhecidos, embora numerosos especialistas afirmem que na história jamais houve um período de tão grande movimento fluvial em tempo de guerra como o de Stalingrado. 

Lanchas blindadas, embarcações antiminas e outros navios realizaram mais de 35 mil viagens sob o fogo cerrado de artilharia e bombardeios aéreos, tendo transportado para a margem direita do rio Volga mais de 90 mil pessoas. 

Durante a batalha, a frota fluvial do Volga perdeu no mínimo duas centenas de navios de diversos tipos. Agora, passados 70 anos, os mergulhadores russos tentam encontrar os navios afundados, - revelou à Voz da Rússia o dirigente da expedição Alexander Elkin.

“O objetivo básico da expedição é encontrar alguns objetos, considerados anteriormente desaparecidos e, inclusive, objetos desconhecidos, pois nem todas as embarcações estavam devidamente registadas. Trabalhamos no local em que os tanques alemães tinham atingido a margem do rio. 


A passagem de navios era especialmente difícil precisamente neste local e os alemães procuravam barrá-los. Um outro local de busca é a região de naufrágio do navio “Iocif Stalin”. Na época de pós-guerra, o navio foi levantado do fundo mas nós conseguimos encontrar neste local os restos do seu acastelamento e outros destroços.”

Dezenas de pessoas de diversas cidades da Rússia participaram desta ação de pesquisa submarina. A maioria delas são mergulhadores experientes, que já fizeram dezenas de mergulhos bem-sucedidos em diversas regiões do mundo. 

Nas suas buscas, os mergulhadores orientam-se pelos dados obtidos com ajuda do equipamento hidroacústico e sistemas de satélites. 

No entanto, não se conseguiu investigar todos os quinze objetos previstos pelo plano, devido a condições de mergulho difíceis e ao tempo de trabalho limitado da expedição - explica o seu dirigente.

“Com efeito, a profundidade neste local é muito grande – à volta de 35 metros, - a corrente é forte e a água é fria. São mergulhos bastante difíceis, efetuados em condições extremas. Verificamos vários objetos mas conseguimos identificar apenas a chata petroleira “Ob”, afundada em 1942 durante um ataque da aviação inimiga. A embarcação está coberta de lodo até ao convés. Conseguimos encontrar também várias embarcações pequenas mas a corrente forte e o tempo curto de realização da expedição não nos permitiram mergulhar para examiná-los.”

Os mergulhadores pretendem continuar este seu trabalho no próximo ano. “Foi apenas o primeiro passo de testagem,- disse Alexander Elkin. – Futuramente os participantes da expedição esperam descobrir os locais exatos de naufrágio de outros barcos e, se tiverem sorte, resgatar objetos e documentos que permitam identificar tanto os próprios objetos, como as pessoas que morreram. Os mergulhadores estão certos de que isso permitirá abrir novas páginas da história da batalha de Stalingrado.


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