segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Ossos de criança Neandertal revelam que foi comida por um pássaro gigante


A Caverna Ciemna, na Polónia, pode ser visitada Polish Tourism Organisation

Photo: PAP/Jacek Bednarczyk 02.10.2018


É a maior descoberta arqueológica relativa à Idade do Gelo, na Polónia. Duas falanges de uma criança com cinco a sete anos que viveu há cerca de 115 mil anos passaram pelo sistema digestivo de uma ave gigante

As pequenas falanges, de apenas 1 cm, descobertas há alguns anos na Polónia pertenciam, afinal, a uma criança que viveu no período Neandertal, há cerca de 115 mil anos, e os buracos encontrados nos ossos indicam que passaram pelo sistema digestivo de um pássaro gigante.

A fantástica descoberta científica e antropológica, publicada no site Science in Poland, coloca estes vestígios da Idade do Gelo como os mais antigos encontrados na Polónia – os restos humanos mais antigos até agora eram três molares com cerca de 52 mil anos.

As duas falanges estavam na Caverna Ciemna, onde há vários anos são realizadas escavações arqueológicas. Como estes ossos humanos estavam misturados com ossos de animais e objetos de pedra usados pelos Neandertais foram precisos alguns anos até que, numa análise laboratorial, se provasse que eram humanos. Dois antropólogos, um polaco e outro norte-americano, certificaram que pertenceram mesmo a uma mão de criança desse período, que teria entre cinco e sete anos.

O facto de terem passado pelo sistema digestivo de uma ave gigante ainda não está clarificado: o pássaro pode ter atacado e comido parte do corpo da criança ou ter-se alimentado do corpo da mesma depois dela já estar morta. Dada a fraca preservação dos ossos não é possível fazer uma análise de ADN

“Esta é uma descoberta única”, referiu Paweł Valde-Nowak, professor do Instituto de Arqueologia de uma universidade de Cracóvia, na Polónia, já que “apenas fragmentos isolados de ossos fósseis pertencentes a parentes do homem moderno (Homo Sapiens) sobreviveram ao tempo na Polónia”.

A informação será publicada ainda este ano no Journal of Paleolithic Archaeology.

fonte: Visão

Sem comentários:

Enviar um comentário