quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pentágono desenvolve robôs para atuarem em zonas de desastre


Especialista, porém, teme que equipamentos sejam usados também em batalhas.

Uma competição para desenvolver robôs da próxima geração capazes de salvar vidas em zonas de desastre foi revelada pelo Laboratório de Pesquisa de Defesa Avançada do Pentágono.

O Darpa - sua sigla em inglês — quer “robôs adaptáveis com a habilidade para usar ferramentas humanas - desde aquelas manejadas com as mãos a veículos”. Os equipamentos actuariam numa série de emergências.

Após o colapso da central nuclear de Fukushima, em 2011, autoridades japonesas usaram veículos não-tripulados e robôs desenvolvidos pela empresa britânica Qintetiq para mover grandes detritos e medir níveis de radiação. 

As Forças Armadas americanas empregaram equipamentos semelhantes no Iraque e no Afeganistão para explorar prédios, conferindo se neles havia explosivos.

O Darpa, porém, afirma que são necessárias outras pesquisas para fazer as máquinas interagirem mais naturalmente.

— Este desafio vai testar a autonomia supervisionada na percepção e tomada de decisão, mobilidade, destreza, força e resistência num ambiente projetado para uso humano, mas degradado devido a algum desastre — explica Gill Pratt, gerente do programa do Darpa. — A adaptação também é essencial, porque não sabemos onde acontecerá o próximo desastre.

O último grande desafio do laboratório — uma corrida de carros sem motoristas por 241 quilómetros no deserto — foi muito bem sucedida, segundo o professor de robótica e inteligência artificial Noel Sharkey, da Universidade de Sheffield.

No entanto, Sharkey expressou preocupações sobre esta competição:

— Estou certo de que algumas boas versões virão a partir daí. Mas, quando vemos estes desafios mais de perto e o facto de que o Darpa é o financiador, precisamos ser realistas sobre suas verdadeiras intenções — pondera. — Isso é parte da máquina de guerra americana, com a ajuda de robôs desenvolvidos para o campo de batalha. Embora possam ter uma boa utilidade civil, esses equipamentos estão claramente nos movendo para a automação e industrialização da guerra.


Sem comentários:

Enviar um comentário