Dados biológicos endossam o que já diziam história e arqueologia. Cientistas analisaram ADN mitocondrial, que revela herança materna.
Um estudo comprovou, do ponto de vista biológico, que a chegada dos europeus à América significou uma grande redução para as populações nativas. A arqueologia e a história já falavam nisso havia muito tempo, mas essa é a primeira pesquisa no campo da genética que chega a essa conclusão.
O artigo publicado online pela revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)” diz que a população nativa atingiu seu ápice 5 mil anos atrás, manteve-se estável até 500 anos atrás e, de lá para cá, caiu pela metade.
“Esses resultados apoiam a análise de relatos históricos indicando que a colonização europeia induziu mortalidade generalizada entre os índios americanos”, diz o texto assinado por Brandon O’Fallon, da Universidade de Washington, nos EUA, e Lars Fehren-Schmitz, da Universidade de Göttingen, na Alemanha.
O método usado para levar a essa conclusão foi a análise do ADN mitocondrial. Esse material genético é herdado apenas da mãe, e não do pai, e facilita estudos que envolvam a linhagem.
Os cientistas conseguiram 63 amostras desse material genético em restos mortais que tinham entre 800 e 5 mil anos. Esses ADN’s foram comparados aos de 137 indivíduos modernos. Hoje, a variedade genética é menor, o que comprova que a população caiu – esse princípio é conhecido na genética como gargalo.
Os dados foram recolhidos na região dos Grandes Lagos, na América do Norte, e no Peru. “Os danos não ficaram limitados a regiões específicas, mas divididos entre os dois continentes americanos, com efeitos mais fortes nas regiões mais habitadas”, afirmou Fehren-Schmitz, em nota da Universidade de Göttingen.
fonte: G1
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