sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Fenda numa das barreiras de gelo com aumento muito rápido


Se uma barreira de gelo como esta se separar, o movimento dos glaciares localizados nas imediações pode acelerar-se

A Agência Espacial Europeia (ESA) alertou hoje que uma das três fendas existentes na barreira de gelo Larsen, na Antártida, tem vindo a crescer "mais rapidamente que nunca" e está prestes a provocar a sua separação da costa.


Se uma barreira de gelo como esta se separar, o movimento dos glaciares localizados nas imediações pode acelerar-se, o que levaria à subida do nível do mar, alertaram especialistas daquela entidade.

A fenda no segmento Larsen C avançou cerca de 60 quilómetros desde janeiro de 2016 e 20 quilómetros desde o início de janeiro deste ano, atingindo já cerca de 175 quilómetros.

"Quando o icebergue se separar definitivamente da barreira de gelo, será um dos maiores jamais registados, embora seja difícil de prever quando vai acontecer", referiu a ESA em comunicado.

Segundo a informação, a plataforma de gelo, de 350 metros de espessura, está unida à península antártica apenas por um ponto.

As plataformas de gelo são as porções da Antártida em que a camada de gelo está sobre o oceano e não sobre o solo.

A ESA apontou que as barreiras Larsen A e Larsen B seguiram um processo semelhante, com fragmentações em 1995 e 2002, respetivamente.

Estes "diques" de gelo estão ligados aos glaciares em terra firme, desempenhando um papel importante como barreiras de contenção do gelo que se solta no mar.

No início de janeiro, cientistas da Universidade de Swansea, no País de Gales, no Reino Unido, tinham anunciado que um icebergue com cerca de 5.000 quilómetros quadrados, considerado um dos dez maiores jamais registados, estava perto de se desprender da Antártida.

Referiam-se a uma comprida fenda no segmento Larsen C, localizado na costa oriental da península antártica, que tinha aumentado rapidamente em dezembro.

Segundo estimativas dos especialistas, se o gelo retido pela barreira Larsen C chegar ao mar, o nível dos oceanos poderá subir cerca de dez centímetros.


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