Um gráfico que mostra as colisões de partículas no Compact Muon SolenoidCERN/AFP
Um gráfico que mostra as colisões de partículas no Compact Muon SolenoidFabrice Coffrini/AFP
Físico inglês Peter Higgs (à direita), um dos responsáveis por teorizar a existência do bosão de Higgs com Rolf-Dieter Heuer (à esquerda), antes da conferência em GenebraFabrice Coffrini/AFP
Um gráfico que mostra as colisões de partículas no Compact Muon SolenoidCERN/AFP
O CERN anunciou esta quarta-feira de manhã em Genebra a descoberta de uma partícula totalmente nova que pode ser o bosão de Higgs, entidade subatómica cuja procura dura há quase 50 anos.
A nova partícula apresenta, em primeira análise, características de massa e comportamento previstas para o bosão de Higgs pelo chamado Modelo-Padrão, a "tabela periódica " da física das partículas.
A massa da nova partícula "é de 125,3 GeV (mais ou menos 0,6 GeV)", ou seja de cerca de 125 vezes a massa do protão, disse Joe Incandela, responsável máximo pela experiência CMS, uma das duas que no LHC procuram o bosão de Higgs.
Quanto à fiabilidade do sinal produzido no detector CMS pela partícula , "é de 4,9 sigma", quase atingindo, portanto, a meta dos "5 sigma", que os cientistas consideram ser o nível de fiabilidade desejado para afirmar a existência da nova partícula.
Com um sinal de 5 sigma, a probabilidade de as observações serem o fruto do acaso e não corresponderem à produção de uma partícula é de apenas 0,00005733%, o que equivale a dizer que há uma hipótese em 1.744.278 de os cientistas estarem enganados ao afirmar que estão de facto a observar uma partícula nova.
Para Incandela, não existem contudo dúvidas de que a experiência CMS detectou uma partícula que pode ser o bosão de Higgs. "É realmente uma nova partícula. Sabemos que tem de ser um bosão e que é o bosão mais pesado alguma vez encontrado", diz ainda Incandela, citado num comunicado. "As implicações disto são muito importantes e é precisamente por esta razão que temos de ser extremamente diligentes em todos os nossos estudos e verificações", acrescentou.
"A descoberta de uma partícula consistente com o Higgs abre a porta a estudos mais detalhados e requer grandes análises estatísticas, que permitirão afinar as propriedades da nova partícula e ajudarão provavelmente a esclarecer outros mistérios do nosso Universo", sublinhou o director-geral do CERN, Rolf Heuer, no comunicado.
Pelo lado da segunda experiência, a ATLAS, a responsável Fabiola Gianotti apresentou resultados independentes compatíveis que os da CMS. A massa da nova partícula, concluiu, é de 126,5 GeV com uma fiabilidade de 5 sigma.
O físico britânico Peter Higgs, que propôs em 1964 a existência do bosão que veio a ficar conhecido pelo seu nome, já reagiu a este anúncio: “Nunca esperei que isto acontecesse durante a minha vida e vou pedir à minha família para pôr o champanhe no frigorífico”, disse Higgs sobre o Higgs, citado pelo jornal The Guardian. "Estou espantado com a rapidez fantástica com que surgiram estes resultados", acrescentou o físico britânico, referindo-se ao acelerador de partículas LHC, que fez as suas primeiras colisões em 2010.
Peter Higgs está a assistir ao anúncio da descoberta no CERN, acompanhado pelos físicos Francois Englert, Carl Hagen e Gerald Guralnik, que também propuseram a existência de um bosão como o Higgs.
fonte: Público
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