quinta-feira, 10 de maio de 2012

Coreia do Sul investiga comprimidos chineses com restos humanos




As autoridades sul-coreanas estão a tentar conter a importação de cápsulas provenientes da China, que alegadamente contêm carne humana em pó. Aos comprimidos são atribuídas propriedades medicinais baseadas em crenças supersticiosas. 

A Coreia do Sul lançou uma campanha contra o contrabando de cápsulas produzidas na China que contêm carne em pó de bebés mortos.

A prática tornou-se pública, domingo, quando as autoridades aduaneiras disseram à agência de notícias France Presse que tinham detetado 35 tentativas de importar um total de 17454 cápsulas, desde agosto do ano passado.

A utilização de carne humana é consequência da crença supersticiosa de que comer partes do corpo de crianças pequenas aumenta a força física e pode curar uma série de doenças.

Os comprimidos foram intercetados no correio e na revista de passageiros nos aeroportos. Fabricantes sul-coreanos dizem que, até agora, não detetaram redes organizadas de tráfico e que a maioria dos infratores são viajantes individuais, alguns dos quais afirmaram que não tinham conhecimento da composição das cápsulas.

Para os serviços aduaneiros, a prática não só representa problemas éticos como também um risco para a saúde, já que as cápsulas estavam contaminadas com bactérias e outros organismos prejudiciais à saúde.

Grande parte do produto apreendido teve origem nas cidades chinesas de Yanji, Jilin, Qingdao e Tianjin, a pedido de clientes da Coreia do Sul. Alguns comprimidos estavam escondidos em embalagens que continham outros fármacos legais.

A alfândega da Coreia do Sul aumentou o controlo em voos vindos de algumas regiões chinesas e decidiram inspecionar a bagagem de todos os passageiros. Até agora, não foi registado nenhum caso de doença pelo consumo das cápsulas.

Cápsulas custavam entre 27 e 33 euros

O jornal sul-coreano Chosul Ilbo afirma que as cápsulas com carne humana são vendidas em algumas lojas de alimentos saudáveis na Coreia do Sul, com preços entre 27 e 33 euros. Segundo a imprensa local, os principais clientes são pacientes com cancro e imigrantes chineses que trabalham na construção civil.

O Ministério da Saúde chinês rapidamente reagiu à chocante notícia e vai reabrir o inquérito instaurado em agosto, que na altura não encontrou provas de que as cápsulas fossem fabricadas na China.

Deng Haihua, porta-voz do ministério, disse num comunicado divulgado pela agência de notícias Xinhua que o Departamento de Saúde vai trabalhar com a polícia, as autoridades aduaneiras e comerciais para investigar as últimas alegações sul-coreanas.

fonte: JN

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