Grupo de cientistas comprovou esta possibilidade.
Astrónomos comprovaram que a teoria da gravidade de Einstein é válida também em galáxias "vizinhas" da Via Láctea, ao realizarem pela primeira vez um teste preciso sobre a gravidade fora do Sistema Solar, divulgou esta quinta-feira a revista científica Science.
Para fazer este teste, a uma grande escala astronómica, uma equipa de investigadores da universidade britânica de Portsmouth usou uma galáxia próxima da Terra como lente gravitacional.
Previstas na Teoria da Relatividade Geral do físico Albert Einstein (1879-1955) antes de serem observadas com telescópios, as lentes gravitacionais formam-se devido a uma distorção no espaço-tempo causada por um corpo de grande massa (como uma galáxia) entre um outro corpo e o observador.
Em 1915, Einstein propôs a Teoria da Relatividade Geral para explicar como a gravidade funciona. Desde então, a teoria foi comprovada numa série de testes de alta precisão, mas apenas no Sistema Solar.
A galáxia estudada pelos astrónomos, a ESO325-G004, está entre as lentes gravitacionais mais próximas, a 500 milhões de anos-luz da Terra.
No seu trabalho, o grupo de investigadores utilizou dados fornecidos por observações realizadas com o telescópio espacial Hubble e o telescópio terrestre VLT, no Chile.
A partir dos dados do VLT (Very Large Telescope, Telescópio Muito Grande) foi medida a rapidez com que as estrelas se moviam na galáxia, para depois ser inferida a quantidade de massa na galáxia para manter as estrelas em órbita.
Posteriormente, os astrónomos compararam a massa da ESO325-G004 com as imagens de lente gravitacional observadas com o Hubble, comprovando a Teoria da Relatividade Geral com nove por cento de precisão, refere em comunicado a Universidade de Portsmouth.
Apesar da pouca percentagem de precisão, para o coordenador do estudo, Thomas Collett, trata-se do "teste extrassolar mais preciso até hoje da relatividade geral, a partir de uma só galáxia".
A Teoria da Relatividade Geral prevê que corpos de grande massa como galáxias deformam o espaço-tempo, o que significa, segundo Thomas Collett, que quando a luz passa próxima de outra galáxia a sua trajetória é desviada.
Se duas galáxias estão alinhadas no campo de visão do observador, tal pode dar origem ao fenómeno conhecido como lente gravitacional forte, em que se veem múltiplas imagens de fundo de uma galáxia, adiantou o astrónomo.
"Se soubermos a massa da galáxia em primeiro plano, então o que separa as várias imagens diz-nos se a relatividade geral é a teoria correta da gravidade em escalas galácticas", afirmou.
fonte: Correio da Manhã
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