sexta-feira, 22 de junho de 2018

Espécie desconhecida de macaco encontrada em antigo túmulo chinês




Uma espécie de macaco, que é nova para a ciência, foi descoberta enterrada ao lado de um antigo membro da família real chinesa, num túmulo com mais de dois mil anos.

Os ossos da extinta espécie de gibão foram desenterrados de um túmulo com cerca de 2300 anos em Chang'an, antiga capital de mais de dez dinastias na China.

Na época, os gibões eram considerados animais "nobres" e frequentemente mantidos como animais de estimação de luxo. A antiga sepultura continha ainda esqueletos de leopardos, linces, ursos e grous, de acordo com o jornal britânico "The Independent". Acredita-se que as criaturas enterradas no túmulo possam ter pertencido a Lady Xia, avó do primeiro imperador da China unificada, Qin Shi Huang.

Os cientistas chamaram à espécie encontrada "Junzi imperialis". Segundo Samuel Turvey, biólogo de conservação da Sociedade de Zoologia de Londres, que fez a descoberta, os restos daquela espécie foram encontrados pela primeira vez em 2004, quando visitavam o Instituto Provincial de Arqueologia de Shaanxi, em Xian.

Contudo, o grupo de investigadores não obteve permissão das autoridades chinesas para extrair ADN dos ossos, tendo, então, conduzido outras pesquisas, como é o caso da análise das dimensões do crânio, para compará-lo com as espécies existentes.

O crânio e os maxilares eram tão diferentes das 20 espécies existentes de gibões que os cientistas deduziram que pertencia a um grupo inteiramente novo e extinto. Thomas Geissmann, especialista em gibões da Universidade de Zurique, disse que o crânio é uma "descoberta fantástica" e pode ser a primeira evidência de muitas outras espécies de gibões que costumavam viver nessa parte da China.

Testemunhos históricos e obras de arte da China têm diversas referências a gibões. Apesar da importância que os antigos chineses lhes deram, é provável que a expansão humana nas florestas da região tenha provocado a extinção da espécie. O habitat dos gibões foi provavelmente destruído e o início do clima mais frio e seco na China central poderá ter aumentado a pressão sobre os macacos.

Os gibões são encontrados nas florestas tropicais da Ásia e são conhecidos pela capacidade de balançar nas copas das árvores com os seus braços longos. De acordo com alguns cientistas cerca de 60% das espécies está ameaçada pela destruição de florestas, caça e comércio ilegal.

Duas espécies de gibão desapareceram recentemente na China e todas as espécies chinesas sobreviventes são classificadas como "criticamente ameaçadas" pela União Internacional para a Conservação da Natureza.

Uma espécie chinesa, o gibão de Hainan, é dos mamíferos mais raros do mundo, com apenas 26 indivíduos restantes.


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