Proximidade ao Sol terá sido a responsável pelas alterações nas condições de habitabilidade do planeta
Vénus, hoje um planeta de características "infernais", pode ter sido habitável, anunciaram esta quinta-feira os cientistas da Agência Espacial norte-americana (NASA).
A reconstrução do antigo clima do segundo planeta mais perto do Sol, feita através de modelos computacionais, indica que durante dois mil milhões de anos Vénus terá tido um oceano líquido e temperaturas compatíveis com a existência de vida.
A proximidade ao Sol terá, no entanto, causado a evaporação dos oceanos, o que estimulou a acumulação de dióxido de carbono e acabou por causar o aquecimento global responsável pelas atuais temperaturas do planeta. Neste processo, as moléculas de vapor de água terão sido ainda quebradas pela radiação ultravioleta e o hidrogénio terá escapado para o espaço.
Nesse período primitivo, a quantidade de água existente no planeta poderia ter sustentado algumas formas de vida e o território seco teria sido o suficiente para reduzir a sensibilidade do planeta às alterações provocadas pela radiação solar.
Há muito que os cientistas suspeitam que Vénus terá sido formada por materiais similares aos que formam a Terra. A teoria atual é a de que, considerando esta premissa, os planetas em causa terão vivido evoluções distintas.
A atmosfera de Vénus é atualmente dominada por CO2 e é 90 vezes mais espessa do que a terrestre, sendo o vapor de água uma raridade nesse astro. À superfície, as temperaturas atingem os 461 graus Celsius.
O modelo agora divulgado pela NASA foi construído pelo Instituto Goddard para os Estudos do Espaço, em Nova Iorque. No estudo foi considerado um Sol 30% menos intenso que o atual (mesmo nesse cenário, Vénus receberia radiações solares 40% mais fortes que a Terra.)
fonte: Diário de Noticias
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