sábado, 20 de abril de 2013

"Grande fábrica de estrelas" em galáxia distante


Ao observar a imagem do Herschel em fundo na foto, os cientistas ficaram curiosos com a mancha vermelha assinalada. Observações subsequentes com outros telescópios revelaram tratar-se de duas galáxias que pareciam muito próximas. Mas observações posteriores permitiram concluir que uma delas (a azul na imagem mais ampliada) está tão distante que o Universo tinha apenas 880 milhões de anos quando a luz partiu da origemFotografia © ESA

O observatório espacial Herschel da ESA (Agência Espacial Europeia) anunciou hoje a descoberta de uma galáxia com uma capacidade de criação de estrelas duas mil vezes mais rápida do que a Via Láctea.

Segundo um comunicado colocado na página online da ESA, "a galáxia [é] muito distante e produz estrelas mais de duas mil vezes mais rapidamente do que a nossa Via Láctea".

A galáxia HFLS3 é assim uma grande fábrica de construção de estrelas, que transforma gás e poeira cósmica em novos corpos. Por estar a quase 13 mil milhões de anos-luz de distância, as imagens que dela hoje captamos demoraram quase 13 mil milhões de anos a chegar até nós. Assim, quando a luz partiu da HFLS3, o Universo tinha apenas cerca de 800 milhões de anos de idade (cerca de 6,5% da idade que hoje tem).

Os cosmólogos não esperavam que houvesse galáxias a produzir estrelas na quantidade que observam na HFLS3 tão no início da história do Universo. Só por isso, "a sua mera existência desafia as teorias da evolução galáxia", acrescenta o comunicado.

Através de observações obtidas pela câmara SPIRE Observatório Herschel da Agência Espacial Europeia, e no âmbito do projeto Herschel Pesquisa Extragalática Multicamadas (Hermes, na sigla em Inglês), os pesquisadores detetaram uma mancha vermelha que despertou curiosidade.

Seguiram-se observações posteriores, com alguns dos maiores telescópios do mundo, incluindo o GTC e o William Herschel, ambos localizados no Observatório del Roque de los Muchachos do Instituto da Astrofísica das Canárias.

Goran Pilbratt, cientista do projeto, realça a importância desta descoberta: "Sublinha o caráter pioneiro de Herschel e sua capacidade de revelar um universo previamente escondida, melhorando nossa compreensão de como formar galáxias".

A equipa, composta por 64 astrónomos e 32 centros, chegou à conclusão que com o seu ritmo de crescimento a HFLS3 "rapidamente" se vai tornar numa galáxia de massa similar às mais conhecidas hoje.


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