A Terra e o Sol vistos da Estação Espacial Internacional Fotografia © REUTERS/NASA
Um detetor de partículas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) encontrou aquilo que muitos cientistas pensam ser o primeiro indício 'visível' da 'matéria escura', a misteriosa substância que, segundo os modelos mais comummente aceites, compõe grande parte do Universo.
O Alpha Magnetic Spectrometer (Espectrómetro Magnético Alfa) foi levado para a ISS há dois anos e tem como missão estudar os raios cósmicos - partículas de alta energia que permeiam todo o cosmos, provavelmente originárias do Big Bang, o momento de criação do espaço, do tempo e de toda a matéria no Universo.
Ao analisar estes fluxos de energia, os cientistas tentam encontrar vestígios de colisões entre partículas de 'matéria escura'. Uma vez que esta é invisível, porque não interage diretamente com a matéria 'normal' no Universo, o detetor procura minúsculas flutuações de energia destas colisões, no fenómeno conhecido como "aniquilação".
Os físicos teorizam que deste fenómeno resulta um número elevado de positrões - partículas de antimatéria equivalentes aos electrões mas com carga elétrica oposta. São estes elementos que o Espectrómetro Magnético Alfa foi desenhado para detetar.
Em nota divulgada à imprensa na quarta-feira, citada pela CNN, os resultados da experiência na ISS "são consistentes com [a teoria que prevê] positrões originários da aniquilação de partículas de 'matéria escura' no espaço".
No entanto, os dados "não são ainda suficientemente conclusivos para eliminar outras explicações possíveis", acrescenta a nota do CERN, centro europeu de pesquisa nuclear que é responsável pela experiência.
Os modelos cosmológicos atuais levam a concluir que o Universo é composto essencialmente por 'matéria escura' e 'energia escura' - substâncias invisíveis diretamente mas cujos repercussões indiretas, como o seu efeito gravitacional nas estrelas e galáxias, são mesuráveis.
A maioria dos físicos estima que a matéria 'comum' - as partículas que formam os átomos de tudo o que conhecemos, desde os nossos corpos às estrelas mais distantes - são apenas uma pequena parte (5 a 7%) do Universo. O resto é composto por matéria e energia por enquanto impossíveis de ver.
fonte: Diário de Noticias
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