Fotografia © Adelino Meireles / Global Imagens
O Nobel da Física Brian Schmidt, premiado em 2011 por descobrir que o Universo está a expandir-se cada vez mais depressa, estima que em 5.000 milhões de anos o Sol deixará de iluminar a Terra.
Em declarações aos jornalistas em Madrid, onde hoje faz uma palestra sobre energia escura, o astrónomo norte-americano, atualmente instalado na Austrália, disse que o universo vai continuar a expandir-se e os objetos que o compõem irão afastar-se tanto mais depressa quanto mais afastados estiverem entre si.
Por esse motivo, as estrelas ir-se-ão desvanecendo, no caso do Sol em "não mais de 5.000 milhões de anos", afirmou Brian Schmidt.
O cientista, galardoado com o Nobel em 2011 juntamente com Adam Rless e Perlmutter por descobrir que o universo se expande cada vez mais rapidamente, explicou que o grande desafio está em decifrar a chamada "energia escura", que compõe quase 70% do universo.
O próprio Schmidt introduziu o conceito de energia ou matéria escura quando, investigando a que ritmo se expandia o universo, descobriu no final dos anos 90 que, ao contrário do que se pensava, a expansão continuava a acelerar-se.
Até então, pensava-se que a expansão do universo estava a desacelerar pela atração da gravidade da matéria. Mas Schmidt constatou que a gravidade funcionava de duas maneiras: 30% "puxa e atrai", mas os restantes 70% empurram e repelem.
"Este jogo de atração e repulsa é constante no universo", concluiu o físico.
O "grande mistério" do universo é, por isso, a composição desses 70% de energia escura.
Albert Einstein já em 1917 falara dessa "força de repulsão do cosmos", que funcionava nas equações como uma constante" e à qual chamou "constante cosmológica".
O que Einstein acabou por descartar, considerando o seu "grande erro", poderá agora tornar-se a "grande descoberta" de Schmidt, que está empenhado em comprovar ou descartar a existência desta energia escura que contraria a atração gravitacional da matéria.
O físico garante que, a menos que se demonstre "que Einstein se enganou de verdade e cometeu um grande erro", as suas investigações continuarão por esse caminho e, "num futuro próximo", saber-se-á o que é esta matéria escura.
"Se a constante de Einstein estiver certa, a aceleração do universo não só continuará, como aumentará no futuro, pelo que em algum momento a luz do sol deixará de chegar à Terra", admitiu Schmidt.
O Nobel tem aliás uma estimativa de quando isso acontecerá: "Ao sol restam-lhe 5000 milhões de anos de vida".
fonte: Diário de Noticias
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