sábado, 27 de julho de 2019

Misteriosos muros cercam alguns dos lagos da exótica Titã


Alguns do 600 lagos de hidrocarbonetos que pontinham a superfície de Titã, a lua exótica de Saturno, estão cercados por muros que os limitam completamente a distâncias de até 30 metros, revelou um novo estudo.

A investigação, liderada pela cientista da ESA Anezina Solomonidou, analisou mais profundamente esta formações, tendo por base dados recolhidos durante a última missão da Cassini da NASA, que levou a cabo a sua última missão em 2017.

“A formação dos lagos de Titã e as suas características permanecem uma questão em aberto“, disse Solomonidou citada em comunicado.

“Estes muros podem ter pistas importantes sobre como as regiões polares de Titã que se encheram com o lago se tornaram naquilo vemos hoje, pesquisas anteriores revelaram a sua existência, mas como é que foram formadas?”, questionou.

A equipa de cientistas analisou cinco regiões próximas do pólo norte de Titã, área rica em lagos e “muralhas” desta natureza, tendo também observado três lagos vazios numa região próxima para depois ser possível comparar os dados.

Os lagos variam em tamanho, tendo os menores 30 quilómetros quadrados e os maiores até 670 quilómetros quadrados. Todos os lagos foram completamente cercados por muros com uma altura compreendida entre os 200 e 300 metros, estendendo-se até 30 quilómetros para o interior das margens do lago.

“Os dados espectrais mostraram que as paredes têm uma composição diferente em relação ao seu entorno [área adjacente]”, disse Solomonidou. “Os solos dos lagos vazios que estudamos também parecem ser espectralmente semelhantes às paredes, sugerindo que tanto as bacias vazias quanto os muros podem ser feitos ou revestidas com material semelhante, e, portanto, podem ter sido formadas a partir de um maneira similar.

ESA


Duas hipóteses para explicar os muros

Os autores sugerem dois possíveis mecanismos que poderiam ter formado estas paredes, enfatizando, contudo, que este é um trabalho ainda preliminar, longe de ser conclusivo.

A primeira possibilidade é baseada no facto de os solos dos lagos vazios e dos os lagos cheios terem diferentes elevações, explica a agência Europa Press. Partindo desta característica, os cientistas acreditam que um processo que envolve um subsolosaturado de lençol freático pode ser responsável responsável por estas formações.

A segunda sustenta que a bacia de um lago e a crosta que a circunda primeiro endureça e depois se esvazie, fazendo com que o lago se infiltrar no subsolo. A parte da região que não se enche permanece sobre o terreno circundante para formar uma parede.

“É difícil restringir o mecanismo exato que explica como é que estas paredes são formadas, mas com mais pesquisas chegaremos a um entendimento crescente de corpos intrigantes como Titã”, rematou Solomonidou.

fonte: ZAP

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