segunda-feira, 15 de julho de 2019

Egito abre a "pirâmide torta" ao público


Esta pirâmide é um exemplo da evolução na construção no Antigo Egito - a mudança de ângulo dá-lhe um aspeto curvado ou torto Foto EPA/MOHAMED HOSSAM 


Os turistas vão poder descer um túnel de 79 metros a partir de uma entrada no lado norte da pirâmide Foto REUTERS/Mohamed Abd El Ghany


Estrutura marca um ponto de viragem na construção de pirâmides no antigo Egito, dizem especialistas

Egito abriu ao público este sábado a "pirâmide torta" ou "curvada", uma estrutura de 101 metros construída para o faraó Seneferu, a sul do Cairo, que marca um ponto de viragem na evolução da construção de pirâmides.

Os turistas vão poder descer um túnel de 79 metros a partir de uma entrada no lado norte da pirâmide e visitar duas câmaras dentro da estrutura de 4600 anos. Vão poder entrar também numa pequena pirâmide ao lado, possivelmente construída para a mulher do faraó, Heteferés, aberta pela primeira vez desde que foi descoberta em 1956.

Esta "pirâmide torta"é uma das duas construídas pelo faraó Seneferu em Dahchur. A sua aparência é diferente das outras porque os primeiros 49 metros foram construídos com uma inclinação maior do que as outras, um ângulo de 54 graus, que se atenua na secção superior.


© REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

A forma desta pirâmide contrasta com a da Pirâmide Vermelha, ao norte, a primeira das pirâmides de paredes lisas do antigo Egito e um passo na direção da Grande Pirâmide de Gizé.

Os arquitetos mudam o ângulo quando começaram a aparecer rachas, explica Mostafa Waziri, do Conselho Supremo de Antiguidades.

"Seneferu viveu muitos anos... os arquitetos queriam conseguir a forma completa, a pirâmide", diz Mohamed Shiha, diretor de Dahchur. "Onde está ele enterrado exatamente - não temos a certeza. Talvez nesta pirâmide, quem sabe?"

Seneferu foi sucedido pelo filho Quéops, conhecido por ter ordenado a construção da Grande Pirâmide de Gizé, também conhecida como Pirâmide de Quéop, uma das sete maravilhas do mundo antigo e a única que permanece intacta.

As autoridades egípcias estão a tentar promover o turismo em Dahchur,, a cerca de 28 km a sul do centro do Cairo. Esta zona de pirâmides fica no deserto e atrai pouco visitantes, longe das multidões de Gizé.

Na abertura das pirâmides, os arqueólogos apresentaram múmias, máscaras e ferramentas descobertas durante as escavações que começaram no ano passado e vão continuar. "Encontrámos uma área muitos rica de túmulos", diz Waziri.

A promoção de Dahchur é parte de uma tentativa de fomentar o turismo, uma importante fonte de receitas para o país, que caiu a pique desde a agitação da Primavera Árabe, em 2011.


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