O oceano é um lugar surpreendentemente barulhento. Há baleias cantoras, camarões-pistola que produzem estrondos sónicos e cardumes de peixes barulhentos.
Mas das criaturas grandes e pequenas que habitam os nossos oceanos, poucas se tornam mais barulhentas do que uma estranha e pequena espécie de minhoca.
Os vermes marinhos, Leocratides kimuraorum, podem ser encontrados em esponjas na costa do Japão, a profundidades de mais de 330 pés. De acordo com o artigo publicado a 8 de julho na revista Current Biology, uma equipa de biólogos marinhos da Universidade de Kyoto e da Universidade de Alberta descobriu que este minúsculo verme consegue produzir um ruído que atinge cerca de 157 decibéis.
A audição humana começa a ficar desconfortável em torno de 110 decibéis, enquanto 130 decibéis é o limite, tornando-se doloroso e prejudicial. Um leão pode rugir tão alto como 114 decibéis e um alouatta, um macaco que é o animal mais barulhento das Américas, pode guinchar a 140 decibéis. Até um motor a jato a descolar a poucos metros de distância é de apenas 150 decibéis.
Os investigadores não sabem como é que uma minhoca minúscula produz um ruído tão poderoso, uma vez que é bastante incomum que animais de corpo mole gerem altos ruídos. No entanto, especulam que seja gerado através de uma simples contração muscular que nunca foi documentada em criaturas de corpo mole, o que cria uma onda de pressão semelhante à dos camarões.
“Claramente, até mesmo os invertebrados marinhos de corpo mole conseguem produzir sons notavelmente altos debaixo de água”, escrevem os autores do estudo, citado pela Science Magazine. “Como o fazem continua a ser um quebra-cabeça biomecânicointrigante que sugere um novo tipo de biologia extrema.”
“Sugerimos um novo mecanismo para gerar movimentos ultrarrápidos e sons altos num animal de corpo mole: paredes musculares finas e faríngeas parecem permitir o armazenamento de energia. Isso permite uma expansão extremamente rápida da faringe dentro do corpo do verme durante o ataque, o que produz um som de estalo intenso e um influxo rápido de água”.
A razão para fazerem esse barulho também é um mistério. Muitas outras pequenas feras marinhas usam explosões de barulho para atordoar as suas presas. Os cientistas acham que o L kimuraorum usa seu som para atordoar outros vermes durante um duelo, no que chamam de “luta pela boca”.
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