A contabilidade total não está concluída, mas os especialistas espanhóis calculam que haja mais de oito mil peças arqueológicas no fundo do mar, ao largo da recortada - e perigosa - costa galega, do rio Minho à Corunha, que são resultantes de naufrágios
Trabalhos de arqueologia subaquática ao largo das costas galegas permitiram descobrir nas últimas três décadas um total de 1600 objetos arqueológicos. As peças afundaram-se ao longo dos séculos durante inúmeros naufrágios e ali se foram acumulando. Os cientistas espanhóis estão, no entanto, convictos de que aquela é apenas uma pequena parte dos tesouros arqueológicos submersos na região, calculando que possam existir mais de oito mil peças de diferentes épocas naqueles fundos marinhos, noticia o El País, que publica várias fotos dos achados.
"Vêm especialistas de todo mundo a esta região que é, não apenas o maior depósito subaquático [de peças arqueológicas] da Europa, mas também do mundo, e que inclui, além de navios históricos, submarinos, navios mercantes e caças-bombardeiros de diferentes nacionalidades e épocas que se afundaram aqui durante aos períodos de guerra, ou que simplesmente naufragaram por causa de temporais", explica, citado no diário espanhol, o arqueólogo subaquático Miguel San Claudio , que tem dirigido os trabalhos na região.
A configuração recortada e rochosa do litoral galego, os ventos predominantes de nordeste, as correntes contrárias e os frequentes temporais foram ao longo dos séculos sentença fatal para inúmeras embarcações de todos os tipos e portes, desde galeões ingleses aos antigos navios de carga, dos submarinos alemães e aliados, durante a segunda guerra mundial, aos navios mercantes de todas as épocas.
"O número de navios afundados [na região] é imenso", garante o arqueólogo espanhol., sublinhado que a sua equipa ainda só terá conseguido identificar até agora "cerca de 10% dos naufrágios ocorridos, na que pode ser considerada a via mais importante de comércio da humanidade", na sua opinião.
Tono García, diretor da escola de mergulho de Malpica, que já encontrou, ele próprio, algumas peças durante os seus mergulhos na região salienta: "Sob estas águas há inúmeros restos históricos, mas o que mais importante é que, ao encontrar algum, é preciso avisar diretamente as autoridades, e respeitar a história", sublinhou, citado no El País.
fonte: Diário de Noticias
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