Há cinquenta anos que o presidente americano foi morto em Dallas, EUA. E o seu assassino morreu dois dias depois
Já passou meio século: foi no dia 22 de Novembro de 1963 que os Estados Unidos da América ficaram chocados com o assassínio do seu presidente, John Fitzgerald Kennedy, em Dallas.
Na limusina presidencial, seguiam o presidente, a primeira-dama Jacqueline Kennedy, o governador do Texas John Connally e a sua mulher Nellie. Face à recepção calorosa da multidão na praça Dealey, Nellie Connally dirigiu-se a JFK e comentou: “Senhor presidente, não pode dizer que Dallas não gosta de si”.
Momentos depois, soavam os disparos de Lee Harvey Oswald, que atingiram Kennedy no pescoço e na cabeça. No mesmo dia, dois seguranças do presidente foram feridos, bem como o governador Connally. Mas sabia que o assassino de Kennedy morreu dois dias depois? E que Oswald já tinha tentado matar um inimigo do presidente? Esta lista é da 'CNN'.
Lee Harvey Oswald não foi preso devido ao assassinato de JFK
O assassino de Kennedy foi detido por ter atingido fatalmente um agente da polícia, J. D. Tippit. O tiro foi disparado 45 minutos depois do presidente ter sido alvejado, enquanto Oswald tentava fugir. Mais tarde, Oswald negou ter morto tanto Kennedy como Tippit.
Oswald morreu dois dias depois da morte de Kennedy. Quando estava a ser transferido para a prisão, foi baleado mortalmente por Jack Ruby, que era gerente de clubes nocturnos. Os disparos ocorreram quando a polícia levava Oswald até ao carro que o transportaria para a cadeia. Ruby surgiu entre uma multidão de jornalistas que registavam a prisão do assassino do presidente. Esta imagem retrata o momento em que Oswald é alvejado no abdómen.
Jack Ruby disse a várias testemunhas que tinha ajudado a cidade de Dallas “a redimir-se” do que tinha acontecido. Já em 1965, um ano depois da condenação, ele deu uma versão diferente. Afirmou que “o mundo nunca conhecerá os verdadeiros factos do que aconteceu, os meus motivos”. Ele seria condenado à pena de morte, mas faleceu antes devido a um cancro no pulmão.
Matar o presidente não era considerado crime
Apesar disso, antes de John Fitzgerald Kennedy, já outros 3 presidentes dos Estados Unidos da América tinham sido assassinados.
O primeiro foi Abraham Lincoln (à esquerda), em 1865. Ele tinha sido eleito 4 anos antes e foi morto no teatro Ford, por John Wilkes Booth.
James Garfield (no meio da imagem) foi presidente do país em 1881. Foi a vigésima pessoa no cargo e morreu depois de ter sido atingido pelos disparos de Charles J. Guiteau a caminho de uma visita à sua universidade, a Williams College, em Williamstown, no dia 2 de Julho de 1881.
O presidente William McKinley (à direita) morreu no dia 14 de Setembro de 1901. Alguns dias antes, tinha sido alvejado por Leon Czolgosz.
Só dois anos depois da morte de Kennedy é que foi constituído o crime de matar ou de tentar agredir um presidente dos EUA, a nível federal.
Os canais de televisão suspenderam a programação durante quatro dias
Foi a CBS – Columbia Broadcasting System (Sistema de Radiodifusão de Columbia) o primeiro canal de televisão a transmitir o noticiário sobre o assassinato de Kennedy. Eram 12h40, nos EUA, e em Lisboa, os relógios marcavam as 18h40.
A partir daí, os três canais que existiam na altura, a CBS, a NBC (National Broadcasting Company, ou Empresa de Radiodifusão Nacional) e a ABC (American Broadcasting Company, que significa Empresa de Radiodifusão Americana), pararam os seus programas durante 4 dias. Só transmitiam as informações sobre a morte do presidente, o que tornou a morte de Kennedy a notícia com maior cobertura ininterrupta até aos ataques do 11 de Setembro.
Nesta imagem, o fotógrafo da CBS Tom Craven (ao centro) e o fotógrafo da Casa Branca Tom Atkins (à direita) tiram fotografias à praça Dealey momentos depois dos disparos, enquanto Bill e Gayle Newman (à esquerda), testemunhas do acontecimento, protegem-se a si e aos filho deitando-se no chão.
O presidente Lyndon Johnson fez o juramento perante uma mulher
O juramento do presidente dos Estados Unidos é obrigatório e está incluído na Constituição do país, sendo feito antes de este entrar em funções. Horas depois do assassinato, o vice-presidente Lyndon Johnson fez o juramento sobre a Bíblia a bordo do Air Force One, o avião oficial do presidente dos EUA.
Foi a primeira vez que o juramento do presidente dos EUA foi feito a uma mulher, a juíza federal Sarah Hughes. Foi a única mulher a fazê-lo, de acordo com a ‘CNN’.
Jacqueline Kennedy permaneceu ao seu lado, e o momento foi capturado numa fotografia que mostra o fato Chanel ensanguentado que a primeira-dama vestia, e que só conseguiu tirar no dia 23 de Novembro, um dia depois da morte do marido.
Lee Harvey Oswald tinha tentado matar um inimigo de Kennedy
A Comissão Warren, que estava encarregada da investigação sobre o assassinato do presidente, descobriu que Lee Harvey Oswald (na imagem com uma espingarda e jornais que veiculavam as ideias políticas do comunismo) tentara assassinar um rival político de Kennedy, oito meses antes dos acontecimentos em Dallas.
Esse inimigo era Edwin Walker, um antigo general do exército americano que se destacava pelas suas posições anti-comunistas. Para além disso, Walker era um forte crítico da presidência de Kennedy, sendo contra a implementação de escolas sem segregação racial no sul dos EUA.
Oswald terá tentado alvejar o general quando este estava dentro de casa. Walker sofreu apenas pequenas lesões devido aos fragmentos de bala.