sexta-feira, 6 de julho de 2012

Göbekli Tepe, uma História diferente



Muito, muito antes das pirâmides de Gizé, sete milénios antes dos alinhamentos de Stonehenge... provavelmente 12.500 anos separam as ruínas de Göbekli Tepe, dos nossos dias.

Depois disto, a História da Humanidade já não será a mesma, a contra-gosto dalguns, que se auto-intitulavam donos do pensamento e defendiam verdades absolutas e sacramentais. 

A História é ponto assente terá de ser reescrita e reinterpretada depois destes achados divulgados, quer por uma equipa internacional e multidisciplinar de arqueólogos, quer ainda pela National Geographic, quer ainda pelo canal História.

De tempos a tempos, a alvorada da civilização é reconstituída no cume de uma colina distante no Sudeste da Turquia. No topo avistam-se agora dezenas de pilares maciços dispostos numa série de anéis, cada qual tombado sobre o seguinte. Conhecido como Göbekli Tepe, o sítio faz lembrar vagamente Stonehenge, com a diferença de Göbekli Tepe ter sido construído muito antes e ser composto por pedras toscamente talhadas, mas por colunas cuidadosamente esculpidas por baixos relevos de animais, uma cavalgada de gazelas, cobras, raposas, escorpiões e ferozes javalis. Este conjunto foi erigido há cerca de 12.500 anos, sete milénios antes da grande pirâmide de Gizé integrando o mais velho templo de que há conhecimento.


Göbekli Tepe é o mais antigo testemunho humano de arquitectura monumental, a primeira estrutura criada por seres humanos mais complexa do que uma cabana.

Quando estes pilares foram erguidos, tanto quanto sabemos nada de comparável existia na Terra.

À época da construção de Göbekli Tepe, grande parte da espécie humana vivia em pequenos grupos de nómadas que asseguravam a sobrevivência forrageando plantas e caçando animais selvagens. A construção deste sitio terá exigido a mobilização num só lugar de mais pessoas do alguma vez tenha acontecido.

Espantosamente os construtores do templo conseguiram talhar, moldar e transportar blocos de pedra com 16 toneladas ao longo de centenas de metros, apesar de não possuírem rodas nem animais de carga.


Os peregrinos que visitaram Göbekli Tepe viviam num mundo sem escrita, metais ou cerâmica (será?). Para aqueles que se aproximavam do templo vindos de baixo, os seus pilares deviam assemelhar-se a rígidos gigantes à espreita, lá no alto, com os animais esculpidos na pedra tremuluzindo à luz das fogueiras, como emissários de um mundo espiritual que a mente humana só então cpmeçava a imaginar.

Na actualidade, os arqueólogos continuam a escavar Göbekli Tepe e a discutir o seu significado. O sítio arqueológico é o mais importante de uma série de achados que deitaram por terra teses sobre o passado da nossa espécie.

Para Klaus Schmidt : “Há vinte anos, acreditava-se que a civilização fosse conduzida por forças ecológicas. Acho que estamos a aprender que a civilização é um produto da mente humana”.

O que esconderão as areias que ocultaram Göbekli Tepe?

Parece que os estratos mais abaixo poderão ser férteis em surpresas para os arqueólogos. Havendo quem espere encontrar mais um mistério difícil de explicar.

Para os místicos há ainda quem associe Göbekli Tepe com uma estranha arca encontrada por expedicionários chineses no Monte Ararat (também na Turquia).

Talvez afinal não exista um percurso único rumo à civilização.


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