quinta-feira, 16 de maio de 2019

Sonda chinesa descobre minerais nunca antes observados na Lua


No lado oculto da Lua há minerais nunca antes vistos ali, como olivina e piroxenas, próprias de zonas associadas a lavas vulcânicas. São os primeiros indícios do que pode ser o manto, no interior da Lua

Quatro meses depois de ter pousado no lado oculto da Lua, no que foi uma estreia tecnológica e espacial "made in China", a sonda Chang-4 e o seu pequeno robô autónomo Yutu-2 têm grandes novidades para contar. No local onde a sonda se encontra, a cratera Von Kárman, a dupla encontrou minerais mais densos e com características magmáticas, que indiciam o traços geológicos do interior da Lua.

A descoberta, que foi publicada esta quarta-feira na revista Nature, pela equipa científica da sonda, vem reforçar uma teoria, segundo a qual a superfície lunar já foi constituída por lavas vulcânicas que se consolidaram em diferentes camadas, "empurrando" os materiais mais densos para o seu interior - o manto.

Até hoje, os cientistas não tinham conseguido nunca analisar diretamente fragmentos geológicos do manto lunar. Todas as rochas da Lua trazidas até hoje para a Terra, pelas missões Apollo ou por sondas espaciais, eram muito semelhantes entre si, e sem vestígios de minerais magmáticos. As análises feitas pela sonda Chang-4 e o seu pequeno robô, do lado de lá da Lua, mostram pela primeira vez uma família de minerais mais densos, com a presença de olivina e de piroxenas com baixo teor de cálcio, que parecem provir de camadas mais interiores da Lua.

A Chang-4 levava, de resto, essa missão, de procurar esse tipo de minerais. O local de aterragem, numa cratera de impacto, foi também escolhido com esse objetivo.

Aparentemente, aqueles minerais terão sido impulsionados para a superfície lunar na sequência da colisão de asteroides, deixando-os acessíveis a uma sonda terrena que fosse procurá-los. Parece ser esse o caso.


Sem comentários:

Enviar um comentário