terça-feira, 31 de dezembro de 2013
“Músculos” robóticos são mil vezes mais fortes que humanos
Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, Berkeley, foi bem sucedida em criar "músculos" robóticos com uma força até mil vezes superior à dos músculos humanos
Segundo as informações disponíveis, este material foi concebido para tirar partido das propriedades do dióxido de vanádio, um composto que a 67ºC passa de insolador a metal condutor – uma transição que os investigadores afirmam conter uma quantidade significativa de força.
Esta transição permite criar energia suficiente para poder movimentar objectos 50 vezes mais pesados que o próprio material robótico, e permite movimentá-lo em distâncias que podem ir até cinco vezes a altura do próprio objecto, num espaço de 60 milisegundos - mais depressa do que num piscar de olhos, literalmente.
Estes músculos conseguiram sobreviver com sucesso a contraçcões repetidas, mesmo quando a velocidade foi acelerada para valores superiores a 200 mil RPM (rotações por minuto). Segundo os investigadores, as potencialidades desta tecnologia poderá manifestar-se na próxima geração de dispositivos electrónicos eficientes, além de poder vir a permitir a criação de robôs mais poderosos.
fonte: i online
sábado, 28 de dezembro de 2013
Cientistas alemães criam “robô-esperma”
Cientistas do Instituto de Nanociências de Dresden, na Alemanha, criaram o que poderíamos chamar de “robô-esperma”. Trata-se de um microorganismo cibernético feito de metal e célula de esperma de touro, que é controlado externamente.
De acordo com o NewScientist, o robô usa um microtubo de 50 microns de comprimento que é usado para capturar o esperma, que por sua vez, serve como locomação por meio de seu flagelo. O robô também é revestido por um campo magnético, que permite controlar a direção do tubo de metal.
Além disso, é possível controlar a velocidade do robô por meio da tempertura. Quando ele é aquecido, sua velocidade aumenta; enquanto ao ser colocado em temperaturas mais baixas, ele se locomove mais devagar.
A ideia é que o robô-esperma seja utilizado em processos como a fertilização in vitro ou ainda para levar um medicamento a uma determinada região do corpo humano. Segundo Oliver Schmidt, um dos pesquisadores do projeto, “as células de esperma são uma opção atraente porque eles são inofensivos para o corpo humano, não necessitam de uma fonte de alimentação externa e podem nadar através de líquidos viscosos”.
fonte: Noticias do Mundo
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Polícia indonésia alerta turistas após ataque de cobra perigosa
Guarda de hotel de luxo na ilha de Bali morreu após ataque de animal com quatro metros.
A polícia indonésia lançou um alerta aos turistas, após um guarda de um hotel de luxo em frente à praia, na ilha de Bali, ter sido morto por uma cobra de quatro metros. O animal está ainda em parte incerta.
O guarda, Ambar Arianto Mulyo, de 59 anos, viu a serpente 'python', conseguiu capturá-la, segurou a cabeça com a mão direita e a cauda com a esquerda, mas a cobra provou ser demasiado forte, conseguindo envolver-se em torno de seu pescoço e estrangulá-lo, contou um polícia, citado pela AFP.
"A vítima morreu no local, uma vez que o pescoço foi esmagado e ele não podia respirar", informou Gusti Ngurah Yudistira, chefe da unidade de investigações criminais da polícia que cobre a área de Sanur.
Ambar Arianto Mulyo estava na companhia de amigos, mas aqueles estavam muito apavorados para intervir e ajudar, adiantou o responsável da polícia, que acredita que a serpente está ainda à solta, eventualmente numa área popular de Sanur.
As autoridades policiais da região de Sanur efetuaram buscas no hotel e nos extensos terrenos à volta, mas não conseguiram encontrar o animal.
"Nós pedimos aos moradores e turistas para ficarem em alerta", disse Gusti Ngurah Yudistira, acrescentando que a cobra pode ter deslizado para uma área próxima de folhagem espessa em frente ao hotel.
O ataque mortal ocorreu numa altura em que muitos turistas estrangeiros se encontram a passar os feriados de Natal e do ano novo nas praias daquela ilha indonésia.
fonte: Correio da Manhã
Nova ilha japonesa continua a aumentar de tamanho
Por se unir a outra, a nova ilha não irá receber qualquer nome
A ilha japonesa formada recentemente a cerca de mil quilómetros a sul de Tóquio devido a uma forte atividade vulcânica uniu-se à vizinha ilha de Nishinoshima, segundo informou a guarda costeira japonesa.
Um avião da guarda costeira nipónica confirmou que a pequena ilha formada no oceano Pacífico continuou a crescer até uma extensão de cerca de 15 hectares e ficou quase colada à desabitada ilha vulcânica de Nishinoshima.
Por essa razão, a nova ilha, que tinha sido provisoriamente batizada de Niijima ou Shinto (duas maneiras de dizer "Ilha nova" em japonês) e cuja formação foi tornada pública pela guarda costeira no passado 21 de novembro, não irá, assim, receber qualquer nome.
A nova formação aumentou até oito vezes de tamanho, desde que emergiu após as erupções vulcânicas e calcula-se que a sua altura já alcançou a do vulcão, que continua ativo, com cerca de 50 metros acima do nível do mar.
Os peritos não descartam a hipótese de a ilha continuar a aumentar de tamanho.
Nishinoshima encontra-se a 130 quilómetros da ilha habitada mais próxima, pelo que se considera que a sua atividade vulcânica não coloque nenhuma povoação em perigo.
Esta é a primeira erupção que se produz junto a Nishinoshima em cerca de 40 anos, depois que a ilha aumentou de tamanho entre 1973 e 1974, também devido à intensa atividade vulcânica.
fonte: Jornal de Noticias
Sonda chinesa envia imagem panorâmica da Lua
A imagem panorâmica da Lua Fotografia © CNSA/CCTV
A sonda chinesa Chang'e-3 enviou a sua primeira imagem panorâmica da Lua. A fotografia foi tirada no dia 15 de dezembro e nela é possível ver o robot Yutu, que viajou no seu interior, a passear no solo lunar.
A fotografia foi tirada com três câmaras que se encontram posicionadas em ângulos diferentes na Chang'e-3 . Para além do solo lunar, mostra o robot Yutu responsável pela análise do solo lunar durante a expedição.
O chefe responsável pela missão, Liu Enhai, explicou ao canal chinês CCTV que a imagem mostra uma área da Lua conhecida como Mare Imbrium ("Mar de Chuvas"). Nela é possível observar uma cratera de tamanho considerável, e outras mais pequenas, a apenas dez metros da sonda.
A expedição dura há duas semanas e tem como objetivo realizar uma análise científica e enviar para a Terra imagens em três dimensões da Lua.
Esta é apenas uma das etapas do programa espacial chinês. Em 2007, foi enviada a primeira sonda, a Chang'e-1 que viajou ao redor da Lua e, em 2010, a Chang'e-2. A segunda fase está a cabo da Chang'e-3 e da Chang'e-4 que será enviada em 2017. Posteriormente, serão enviadas mais duas sondas para fazer o regresso à Terra.
fonte: Diário de Noticias
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Risco de diabetes associado a gene dos Neanderthais
Fotografia © Nikola Solic - Reuters
Estudo publicado na "Nature" sugere que uma variante do gene que parece aumentar o risco de diabetes entre os latino-americanos terá sido herdado do homem de Neanderthal.
O SLC16A11 associado com o risco de diabetes do tipo 2 foi descoberto após terem sido recolhidas amostras genéticas de um Neandertal numa caverna em Denisova, na Sibéria. As análises indicaram que a versão de maior risco do SLC16A11 terá sido introduzida nos seres humanos modernos através do cruzamento com Neanderthais.
Sabe-se agora que os humanos modernos interagiram com uma população de Neanderthais pouco tempo após terem deixado o continente africano há cerca de 60 a 70 mil anos. Isto significa que os genes dos Neanderthal fazem agora parte do genoma de todos os não-africanos que vivem nos dias de hoje.
Segundo a "BBC News", a variante do gene foi detetada num grande estudo aos genes de mais de oito mil mexicanos e latino-americanos e segundo os investigadores, as pessoas que apresentam a variação do gene de maior risco são 25% mais propensas a ter diabetes. Nas que o herdaram de ambos os pais, essa probabilidade sobe para os 50%. O gene de maior risco, chamado SLC16A11, foi detetado em mais de metade das pessoas com ascendência indígena, incluindo os latino-americanos.
O SLC16A11 pode alterar a quantidade de um tipo de gordura que está associada ao risco de diabetes. A investigação sugere que o SLC16A11 poderá estar envolvido num transporte metabólico desconhecido que afeta os níveis de gordura nas células aumentando, assim, o risco de diabetes do tipo 2.
"Um dos aspetos mais interessantes deste trabalho é que descobrimos uma nova pista sobre a biologia do diabetes", afirmou David Altshuler, um dos autores do estudo.
fonte: Diário de Noticias
60 pessoas feridas em mega ataque de piranhas
Uma menina de 7 anos teve de amputar um dedo na sequência deste ataque de piranhas no rio Paraná, na zona da cidade de Rosário, esta quarta-feira.
Cerca de 60 pessoas, das quais dez crianças, ficaram feridas na sequência de um mega ataque de piranhas no rio Paraná, junto à cidade de Rosário, no dia de Natal. Os habitantes desta cidade, de onde arranca na próxima semana o rali Dakar, foram para uma praia do rio para melhor suportar as altas temperaturas que se fizeram sentir e foram surpreendidos pelo ataque de piranhas, peixes carnívoros, impossíveis de detetar devido às águas turvas.
A uma menina de sete anos teve de mesmo de lhe ser amputado um dedo, devido aos ferimentos.
O rio Paraná é frequentemente habitado por piranhas, mas normalmente estas não atacam os banhistas. Estes peixes costumam ser atraídos por feridas e sangue.
Desconhece-se o que provou este mega ataque de piranhas. O anterior incidente deste género aconteceu na década de 1970.
fonte: Diário de Noticias
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
As mais estranhas tradições de Natal
Há países em que se comem pássaros fermentados, ou onde o ajudante do Pai Natal come crianças
Islândia: o gato que come pessoas
O Jólakötturinn faz parte do imaginário do folclore islandês. É retratado como um monstro que costuma andar pela zona rural da Islândia durante a altura do Natal, e que come as pessoas que não receberam roupas novas para usar antes da véspera de Natal.
Assim, devido a esta crença, toda a família trabalhava com afinco para que todos os membros tivessem uma peça de roupa nova. Àqueles que não contribuíssem, estava destinado servir de refeição a este gato demoníaco.
O monstro foi celebrizado no poema Jólakötturinn, do islandês Jóhannes úr Kötlum.
Gronelândia: sabe o que é Kiviak?
Gosta de experimentar coisas novas? Então, talvez fosse capaz de trocar o bacalhau, o polvo, ou o litão (peixe que se come na zona do Algarve) pelo Kiviak... Mas o melhor é saber o que é antes de decidir.
Esta iguaria islandesa é feita colocando cerca de 500 araus - uma espécie de ave - dentro de uma pele de foca, sem lhes tirar os bicos e as penas. A pele é cosida e selada com gordura, e guardada durante meses, protegida do ar.
Na altura do Natal, é tempo de comer: a pele de foca é aberta e os pássaros, que fermentaram todo aquele tempo, vêm para a mesa natalícia.
Na altura do Natal, os venezuelanos vão a uma missa todos os dias, bem cedo pela manhã. Entre os dias 16 e 24 de Dezembro, as ruas estão fechadas aos carros até às oito horas da manhã: isto porque é costume ir para a missa de patins.
Para além disso, todas as noites antes de adormecer, as crianças prendem um pedaço de fio ao dedo grande do pé e lançam-no pela janela. É costume que os patinadores dêem um puxão amigável a qualquer fio que vejam a baloiçar nas casas.
Suécia: a cabra que pega fogo
Não se preocupe, a cabra é feita de palha. Pensa-se que esta figura tenha origens bastante remotas. Estará ligada ao deus Thor, que se movimentava num carro guiado por duas cabras.
Hoje em dia, montam-se cabras gigantes nas cidades, feitas de palha. A mais famosa é a de Gavle. Contudo, quase não há ano em que alguém não pegue fogo à cabra de palha, destruindo-a antes do Natal. Nos últimos dez anos, esta só chegou ao dia 25 de pé quatro vezes. Veja a reportagem do Independent Television News, que regista o seu desaparecimento em 2012.
Holanda: Zwarte Piet, o companheiro do Pai Natal
O Zwarte Piet é o ajudante preto do Pai Natal que visita as crianças nas semanas antes do dia de Natal.
É um santo, recebido com uma parada à chegada ao país. A lenda diz que vem de Espanha para a Holanda de barco. A sua tarefa é divertir as crianças e dar-lhes doces, visitando lojas e escolas.
O ano de 2013 ficou marcado pela polémica em torno desta figura, que foi considerada racista, por recordar a escravidão nas antigas colónias holandesas. Apesar das manifestações contra ele, ainda existem muitos holandeses que querem mantê-lo. De acordo com uma sondagem realizada em Novembro e citada pelo jornal 'Huffington Post', 91% das pessoas afirmaram que a tradição não deveria mudar para agradar a uma minoria. 81% consideram inaceitável que o Zwarte Piet tivesse outra cor.
Áustria: Krampus, o carrasco do Pai Natal
O Krampus é uma criatura mitológica que acompanha o São Nicolau durante a época do Natal. O seu nome significa "garra" em alemão antigo e, nos Alpes, é considerado um demónio.
Enquanto o Pai Natal dá presentes às crianças boas o Krampus avisa e pune as crianças mal-comportadas. O saco que leva às costas é para as raptar...
A personagem festeja-se na noite de 6 de Dezembro, com desfiles em que se usam máscaras assustadoras.
De acordo com a lenda, uma pinha caiu dentro de uma cabana onde vivia uma viúva pobre e os seus filhos. Começou a crescer uma pequena árvore, e as crianças começaram a pensar em como a iriam decorar. Contudo, perante a aproximação do Natal, a viúva teve de explicar que não havia dinheiro para enfeitar a árvore.
Todos aceitaram o seu destino e foram dormir, mas as aranhas tinham ouvido o choro das crianças. Na manhã de Natal, a família acordou e viu que os animais tinham tecido as suas teias em torno da árvore. Ao serem tocadas com a luz do sol, as teias transformaram-se em fios de ouro e prata.
Hoje, os ucranianos ainda colocam teias de aranha artificiais na árvore, para que tenham boa sorte durante o ano que se aproxima.
fonte: Sábado
Como se perde um estômago? Gene a gene, ao longo da evolução
O ornitorrinco é um vertebrado sem estômago STEFAN KRAFT
A digestão que ocorre no estômago foi uma invenção dos vertebrados. Mas há muitos grupos destes animais em que ele desapareceu. Equipa com portugueses descobriu o grupo de genes envolvido nessa mudança, mas o motivo do fenómeno permanece um mistério.
Os peixes pulmonados, o peixe-zebra, as quimeras (um ramo de peixes cartilagíneos que se separou do ramo dos tubarões há 400 milhões de anos) ou o ornitorrinco têm uma característica em comum: algures no passado, perderam o estômago. Esse órgão, uma invenção da biologia que apareceu com os vertebrados, tem uma função importante na digestão das proteínas. Mas naqueles animais e em muitos outros, a sua ausência não parece complicar-lhes a vida.
Uma equipa com investigadores a trabalhar em Portugal foi analisar a genética dos animais sem a função gástrica e conseguiu encontrar um conjunto mínimo de genes que perderam essa função associados à perda da capacidade digestiva, mostra um artigo publicado recentemente na revista Proceedings of the Royal Society B.
“É muito elegante a associação de uma característica morfológica [a perda do estômago] e um genoma”, resume Filipe Castro, primeiro autor do artigo, cientista do Centro de Investigação Interdisciplinar Marinha e Ambiental (CIIMAR), da Universidade do Porto. “A novidade aqui é o impacto morfológico. Há uma reorganização relativamente evidente de uma estrutura anatómica.”
O estômago apareceu há cerca de 500 milhões de anos nos vertebrados, depois de haver um fenómeno de duplicação do genoma. As lampreias, que pertencem a uma linha de vertebrados muito antiga, não têm estômago, apesar de terem o genoma duplicado e haver indicações em fósseis de que os seus antepassados tinham estômago, explica o cientista ao PÚBLICO.
Nos tubarões, por exemplo, o estômago está intacto. “Os tubarões têm o tecido do estômago que, quando visto numa lâmina ao microscópio, é tão bonito ou tão feio como o nosso”, diz o biólogo evolucionista.
Nos humanos, a digestão inicia-se na boca, quando a saliva começa a partir as grandes moléculas de amido em moléculas mais pequenas de açúcar. No estômago, é a vez das proteínas. O tecido que forma aquele órgão liberta enzimas que cortam as proteínas em péptidos mais pequenos. Para estas enzimas (pepsinogénios) funcionarem, é necessário que o pH do estômago seja muito baixo, e isso é feito por bombas de protões, que lançam iões de hidrogénio para o estômago.
A digestão prossegue no intestino, onde os hidratos de carbono, os péptidos e as gorduras são partidos até às suas unidades elementares, para assim serem absorvidos e entrarem na circulação sanguínea, alimentando os tecidos.
Quando a função gástrica consome energia a mais
Mas ao longo da evolução e divergência dos vertebrados houve, que se saiba, 15 momentos em que uma população de animais perdeu a função gástrica. Hoje, isto é visível em sete famílias de vertebrados, a maioria peixes.
Os autores deste artigo, que contou ainda com os investigadores Odete Gonçalves e Jonathan Wilson, também do CIIMAR, e com cientistas a trabalhar em França e Singapura, foram olhar para a base genética destas alterações. Analisaram os genomas sequenciados de 14 espécies das sete famílias, e viram que em todas elas se perderam os genes que comandam o fabrico das proteínas das bombas de protões e das enzimas (que são também proteínas que partem proteínas). “Quando o fenótipo existe [ausência de estômago], de certeza que não vamos encontrar estes genes, mas não sabemos qual foi o fenómeno inicial” que provocou esta perda da função gástrica, refere o investigador.
A digestão é um processo que custa muita energia aos organismos. Filipe Castro explica que existe um equilíbrio entre o custo energético da função gástrica, a dieta de cada animal, e a vantagem nutritiva da função gástrica. “Quando este equilíbrio é destruído, o organismo perde a função dos genes”, sugere o cientista.
Pode-se imaginar uma alteração na dieta de um peixe que torna a função gástrica pouco funcional. Nesse momento, indivíduos que nascem com mutações que tornam inoperacionais os genes fundamentais para a digestão no estômago não vão ter mais dificuldade em sobreviver. Pelo contrário, não gastam energia naquela fase da digestão e até têm uma prole maior. E assim instala-se uma nova população sem estômago. “É quase como se fosse irrelevante ter-se estômago”, diz o cientista.
O difícil é reconstruir este caminho evolutivo. Hoje, os biólogos observam populações sem estômago, milhões de anos depois de essa transição ter ocorrido, quando as espécies eram diferentes, viviam noutros locais e tinham, provavelmente, outra alimentação. O que aconteceu exactamente naquele momento permanece um mistério.
fonte: Público
O esqueleto da Misty vai repousar na Dinamarca
A Misty, uma fêmea de dinossauro Diplodocus longus ANDERS DRUD/MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DA DINAMARCA
Comprado por um anónimo num leilão no Reino Unido, o dinossauro foi a prenda de Natal antecipada dada ao Museu de História Natural da Dinamarca por uma fundação.
Já passaram 150 milhões de anos desde que Misty, uma fêmea de saurópode, ficou aprisionada num lago jurássico com muitos outros dinossauros herbívoros. Descoberta em 2009 na Pedreira de Dana, no Wyoming (Estados Unidos), viajou para um laboratório na Holanda, onde o seu esqueleto foi tratado e preparado para poder ser vendido pela leiloeira Summers Place, no Reino Unido. A partir de 2014 voltará a ter descanso, desta vez no Museu de História Natural da Dinamarca.
Após o leilão, a 27 de Novembro, Rupert van der Werff, representante da leiloeira Summers Place, assegurou à BBC News que Misty seria exposta ao público, mas que não poderia revelar quem tinha sido o comprador que dispusera de 480 mil euros (400 mil libras) para a adquirir.
Agora, um comunicado de imprensa da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, revela que o seu Museu de História Natural adquiriu, com o apoio da Fundação da Família Obel, o mais completo esqueleto de Diplodocus longus descoberto até à data, com cerca de 40% de ossos originais. Chegará à Dinamarca durante 2014 e ficará temporariamente no actual Museu de Zoologia, enquanto se prepararam as novas instalações do Museu de História Natural.
“O Museu de História Natural da Dinamarca está num processo de fusão dos museus de existentes: Zoologia, Geologia e Jardim Botânico, e vai estabelecer-se no centro de Copenhaga. AMisty será um dos ícones deste novo museu”, afirma ao PÚBLICO Hanne Strager, responsável pelo Departamento de Exposições do museu. O novo espaço estará pronto em 2018.
A fundação, que valoriza o ensino, a investigação e a saúde, além de ter proporcionado a compra deste magnífico exemplar, também apoia a construção do novo museu. “A Misty é um símbolo icónico que nos fascina, e este dinossauro irá ser um valor acrescentado para o museu ao longo das gerações futuras”, diz no comunicado da universidade Christen Obel, presidente da Fundação da Família Obel, cuja fortuna começou com uma empresa tabaqueira no século XIX.
Neste momento, existem no mundo mais cinco esqueletos deste saurópode, mas que não chegam aos 30% de ossos originais. Um deles, o exemplar no Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), resulta até da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, e foi a partir deste que se criou o famoso Dippy, a réplica de Diplodocus longus à entrada do Museu de História Natural de Londres.
“Ter um dinossauro gigante é claramente o sonho de qualquer museu de história natural. Para entendermos a natureza e o mundo em que vivemos, temos de entender o passado. E, mais do que tudo, um dinossauro liga-nos a um passado distante, quando o mundo tinha um aspecto muito diferente”, diz Morten Meldgaard, director do Museu de História Natural da Dinamarca, que pertence à Universidade de Copenhaga.
Além disso, Misty tem já uma longa história para contar. Este herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, com 17 metros de comprimento e seis metros de altura, levou nove semanas a ser escavado, já em 2009. Foi descoberta pelos filhos do caçador de fósseis alemão Raimund Albersdörfer, numa zona que se considerava de pouco interesse e que veio a verificar-se ser rica em fósseis.
Com os ossos bem acondicionados, viajou para um laboratório na Holanda, onde Aart Walens, um especialista na reconstrução de dinossauros, montou o esqueleto numa estrutura metálica que lhe conferisse uma postura natural e a sensação de movimento. “Como era uma fêmea, dei-lhe um movimento suave”, conta à BBC News.
Conseguir montar as cerca de 300 peças que compõe o dinossauro, ossos originais e réplicas criadas, na respectiva estrutura metálica, foi um trabalho moroso e desafiante. Mas agora, este gigantescopuzzle tridimensional pode ser facilmente montado e desmontado, o que facilitou o transporte da Holanda para o Reino Unido e, em breve, para a Dinamarca.
fonte: Público
Descoberta uma causa do envelhecimento celular que talvez seja reversível
Na imagem, as mitocôndrias surgem a verde e os núcleos das células a azul LILI GUO/ UNIVERSIDADE DA PENSILVÂNIA
Inverter os efeitos do envelhecimento foi sempre um dos grandes sonhos humanos. Uma equipa internacional com forte participação portuguesa mostrou agora que, no ratinho, certos aspectos do declínio ligado à idade talvez possam ser “rebobinados”.
Cientistas portugueses, norte-americanos e australianos descobriram uma causa do envelhecimento celular nos mamíferos e conseguiram neutralizar alguns dos seus efeitos com um tratamento. Os seus resultados são publicados esta quinta-feira na revista Cell.
O mecanismo agora desvendado tem a ver com as mitocôndrias, as estruturas intracelulares que existem às centenas em cada célula e que fornecem energia às células. As mitocôndrias são uma componente-chave do envelhecimento, porque, à medida que o tempo passa, tornam-se cada vez menos eficientes na produção de energia – e é nessa altura que começam a manifestar-se doenças do metabolismo como a diabetes de tipo 2 (diabetes do adulto) ou neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.
O que os cientistas descobriram foi que existe uma sucessão complexa de acontecimentos dentro da célula que leva à degradação da comunicação entre o núcleo celular (que contém a esmagadora maioria do ADN) e as mitocôndrias (que também contêm um bocadinho de ADN próprio). E que é a degradação dessa componente da comunicação intracelular que faz diminuir a capacidade que a célula tem de produzir energia.
“O processo de envelhecimento que descobrimos é como o que acontece com o tempo num casamento”, diz David Sinclair, da Universidade de Harvard (EUA), em comunicado da sua instituição. “Quando o casal é novo, os cônjuges comunicam bem, mas como o passar do tempo, quando há já muito tempo que vivem juntos, começam a ter problemas de comunicação. E, tal como acontece com os casais, bastou restabelecer a comunicação para resolver o problema.”
David Sinclair é conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido no seu laboratório sobre as causas fundamentais do envelhecimento. Em particular, a sua equipa tem-se focado numa classe de genes que comandam o fabrico de proteínas chamadas "sirtuínas". E foi ao estudar ratinhos aos quais tinha sido retirado um desses genes, o SIRT1, que Ana Gomes, da Universidade de Coimbra, que trabalha no laboratório de Sinclair e é a autora principal do actual estudo, reparou numa aparente discrepância.
De facto, os cientistas constataram – como era de esperar nestes animais mutantes – que os ratinhos apresentavam sinais de envelhecimento devido à falta do SIRT1, incluindo uma disfunção mitocondrial, lê-se ainda no comunicado. Porém, ficaram surpreendidos ao observar que, entre as proteínas implicadas na produção de energia, só tinham diminuído os níveis daquelas directamente fabricadas pelo ADN das mitocôndrias, enquanto os níveis das restantes, cujo fabrico é comandado pelo ADN do núcleo da célula, permaneciam normais. “Isso não batia certo com o que a literatura científica sugeria”, diz Ana Gomes.
Por isso, decidiram perceber porquê – e foi aí que deram com a "cascata" de eventos moleculares responsáveis pela degradação da comunicação intracelular que assegura a coordenação dos dois genomas, o mitocondrial e nuclear.
Ratinhos velhos ficaram com músculos jovens
Para começar, existe nas células um composto, o NAD, que veicula informação entre o genoma do núcleo e o das mitocôndrias e que coordena a acção dos dois genomas. Neste processo, a proteína fabricada pelo gene SIRT1 tem uma função intermediária, de vigilância, garantindo que uma outra molécula, chamada HIF-1, não interfira com a comunicação entre o núcleo e as mitocôndrias. Mas na ausência do gene SIRT1 a acção da HIF-1 fica descontrolada, o que afecta a comunicação entre os dois genomas assegurada pelo NAD. Esta é a tal cascata.
Mesmo numa situação normal, em que o SIRT1 está presente e funciona devidamente, a produção do NAD diminui à medida de que envelhecemos, por razões ainda desconhecidas. E, quando isso acontece, tudo se passa como se o gene SIRT1 não estivesse lá. Ele perde a capacidade de controlar o que faz a HIF-1, cujos níveis disparam e perturbam totalmente a comunicação entre os dois genomas da célula. O mal está feito e surgem sinais de envelhecimento e doenças.
“Nunca ninguém tinha descrito esta componente do processo de envelhecimento”, salienta Ana Gomes. Diga-se ainda que é possível que a HIF-1 também desempenhe um papel no desenvolvimento do cancro, o que, segundo Ana Gomes, permite especular que a fisiologia do envelhecimento e a do cancro têm pontos em comum.
Mas a história não acaba aqui: a seguir, a equipa descobriu que… poderia ser possível reparar o mal. Como? Administrando um composto naturalmente produzido pelo organismo que as células transformam em NAD a ratinhos já velhos, desde que isso fosse feito antes de haver uma acumulação excessiva, devida ao envelhecimento, de mutações nefastas no ADN das mitocôndrias. E, efectivamente, quando examinaram os músculos de ratinhos com dois anos de idade que tinham recebido NAD durante apenas uma semana, os cientistas constataram que pareciam os músculos de ratinhos com apenas seis meses de idade. Isso equivaleria a ver uma pessoa com 60 anos dotada da musculatura de um jovem de 20 anos.
“Basicamente, volta a ligar-se o interruptor para reactivar as funções comprometidas durante o processo de envelhecimento”, fazem notar, em comunicado da Universidade de Coimbra, outros dois co-autores, Anabela Rolo e Carlos Palmeira (com João Teodoro, são no total quatro cientistas portugueses, das universidades de Coimbra e de Aveiro, que assinam o trabalho).
“Não se trata de uma inversão da velhice à infância”, esclarece ainda Ana Gomes no mesmo documento. “O estudo revela [apenas] a reversão de alguns processos envolvidos no envelhecimento. E ainda são necessários mais estudos para verificar o impacto, muito promissor, dos resultados desta pesquisa quer nas patologias relacionadas com o envelhecimento, quer no cancro, na diabetes, etc.”
“Há aqui, claramente, muito mais trabalho ainda por fazer”, frisa Sinclair, “mas, se estes resultados se confirmarem, muitos aspectos do envelhecimento poderiam ser reversíveis, se fossem apanhados a tempo.”
fonte: Público
Defensores dos elfos travam construção de estrada em tribunal
Na Islândia, 62% dos habitantes acredita na existência de elfos
Os membros da organização ambientalista islandesa "Amigos de Lava" uniram forças com a comunidade de defensores dos elfos e boicotaram o projeto de construção de uma estrada, argumentando que estão preocupados com as criaturas, imaginárias para a generalidade dos seres humanos.
Os ativistas mobilizaram centenas de pessoas para bloquear o local de construção da nova estrada e dirigiram-se ao Tribunal Supremo da Islândia para alertar que a obra pode prejudicar a cultura dos elfos que alegam habitar a região.
A estrada deve ligar a península de Alftanes, onde se encontra a residência do presidente do país, a um subúrbio da capital Reykjavik. A obra foi congelada para considerar a demanda.
De acordo com uma pesquisa efetuada em 2007 pela Universidade da Islândia, 62% dos habitantes do país admitem a possibilidade de existência dos elfos.
Ragnhildur Jonsdottir, profeta autoproclamado que alega conseguir comunicar com as criaturas através de telepatia, também afirma que os trabalhos podem causar prejuízos àqueles seres do folclore islandês: "Será uma perda e um dano terrível tanto para o mundo dos elfos como para o dos humanos", desabafou.
No entanto, os "Amigos de Lava" estão principalmente preocupados com os aspetos ambientais e vêem a questão dos elfos como uma pequena parte de um problema de maiores proporções, relacionadas com a história e a cultura de uma paisagem rara e única.
O ambientalista Andri Snaer Magnason diz que "o preocupante é que a estrada irá cortar o campo de Lava em dois e destruirá o habitat natural dos animais".
fonte: Jornal de Noticias
Vírus terá matado mais de mil golfinhos na Florida
Mais de mil golfinhos terão morrido em 2013 contagiados por um vírus presente nas águas da costa Este dos Estados Unidos da América, desde Nova Iorque à Florida, revelou hoje uma bióloga marítima.
Erin Fougeres, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, explicou ao Miami Herald que o vírus, similar ao sarampo, está a ter um "significativo impacto" sobre os golfinhos.
O número de cetáceos mortos neste ano excede os 740 animais desde o último grande surto do vírus, em finais da década de 80 do século passado.
Ao número de golfinhos encontrados adicionam-se os que terão morrido no alto mar, cujos restos não chegaram à costa, pelo que o número de vítimas mortais poderá ser maior.
Os investigadores estão a tentar averiguar os motivos por que o vírus está a ter alta incidência nos golfinhos, que migram com a chegada de temperaturas baixas.
"A última vez que isto sucedeu fui há uns 25 anos e os animais que sobreviveram tinham de ter anticorpos naturais. Mas, à medida que estes animais morriam lentamente, os novos não estiveram expostos e podiam não ter essas defesas", disse Fougeres.
Segundo dados oficiais, havia cerca de 40.000 golfinhos em 2010 na costa Este dos Estados Unidos.
À morte dos golfinhos junta-se a do peixe-boi, com mais de 800 exemplares da espécie a morrerem em águas do estado da Florida este ano, de acordo com dados recentes da Comissão para a Proteção da Vida Selvagem e Pesca.
fonte: Diário de Noticias
domingo, 22 de dezembro de 2013
Animal desconhecido é encontrado morto em praia nordestina
Imenso animal ainda desconhecido foi encontrado morto essa manhã
Pescadores e frequentadores da Praia do Grumarejo, em Sergipe, ficaram muito assustados com uma criatura gigante que amanheceu encalhada na praia. O animal desconhecido foi encontrado por um pescador que chegava para trabalhar por volta das 5h40.
João Modena foi o primeiro a ver a estranha criatura, que já estava morta. Ele chamou outros pescadores e a movimentação atraiu a atenção de outras pessoas que já se movimentavam pela praia. Algumas fotos foram tiradas por um popular e enviadas aqui para a redação do Jornal VDD.
O biólogo Luis Mell, consultor do Jornal VDD, disse que nunca viu nada parecido. Javier Asenjo, especialista em vida marinha da Marinha Espanhola, disse por telefone que a criatura é um espécime único e que está aguardando amostras de tecido do animal para testes de ADN.
O animal que tem cerca de 12 metros de comprimento, ainda não foi pesado. Possui dentes afiados como os das piranhas e não aparenta ter nenhum mecanismo que permita a respiração debaixo d’água.
Populares acreditam ser um monstro pré-histórico. A dúvida e o medo ainda pairam sobre a cidade.
fonte: Jornal VVD
sábado, 21 de dezembro de 2013
Hoje é o dia mais pequeno do ano
O solstício é um momento a partir do qual os dias vão de novo gradualmente a ser maiores no hemisfério norte
Momento de festa ao longo da história à qual se associou a celebração do Natal, o solstício de inverno ocorre, este sábado, às 17.11 horas, com o dia a ter menos de nove horas e meia de sol em Portugal.
Na terra, o solstício de inverno no hemisfério norte e de verão no sul acontece precisamente às 17.11 horas, quando o sol atinge a zona mais baixa no horizonte, como explicou Carlos Santos, do Observatório Astronómico de Lisboa.
Naquele que é o dia mais pequeno do ano, o sol nasceu um pouco antes das 8.00 horas e põe-se às 17.19 horas (referência a Lisboa). Para este sábado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê um dia sem nuvens mas tornando-se gradualmente muito nublado nas regiões do norte e centro. O vento será fraco e as temperaturas oscilam entre os 12 graus e os cinco.
Carlos Santos lembrou que o solstício é um momento a partir do qual os dias vão de novo gradualmente a ser maiores no hemisfério norte, e que tem a ver com a inclinação do eixo da terra e não com a distância entre o planeta e o sol.
Aliás, disse, o momento em que a terra está mais próxima do sol, o chamado periélio, acontece no início de janeiro (em julho é o momento em que está mais afastada, o afélio).
O responsável explicou ainda que o solstício é fácil de observar ("se olharmos para o sol todos os dias, ao meio dia veremos a descida dele no horizonte") e assinalado desde a antiguidade, havendo mesmo "monumentos megalíticos que estão orientados para o solstício".
"O Natal está relacionado com a cristianização de uma festa tradicional que tem a ver com o solstício", lembrou Carlos Santos, acrescentando que o momento simbolizava o renascimento ou o reinício, a festa do sol, o momento em que a luz vencia a escuridão e os dias iam voltar a ser maiores.
Na história não faltam referências à importância do solstício de inverno e ainda em 2012, faz hoje precisamente um ano, sacerdotes maias da Guatemala fizeram uma cerimónia para assinalar a data, considerada pelos maias como o início de uma nova era (21 de dezembro de 2012).
Em Portugal, uma tradição que ainda se mantém na zona de Bragança, dos caretos ou "festa dos rapazes", é uma "festa do solstício de inverno".
As festas pagãs que tradicionalmente se faziam para comemorar o solstício de inverno e honrar o sol terão, a partir do século IV, sido associadas ao Natal, uma festa cristã que assinala o nascimento de Jesus.
O inverno, que começa este sábado, dá lugar à primavera a partir de março. Com ou sem festas pagãs ou religiosas, os dias vão, a partir deste sábado, voltar a crescer, até 21 de junho, quando se assinala a noite mais curta. Era na antiguidade o momento de celebrar as colheitas.
fonte: Jornal de Noticias
É verdade. Esta coleira vai traduzir os latidos dos cães para linguagem humana
A 'No more woof' traduz os latidos
Mais ficção científica que isto é difícil: uma equipa de empreendedores suecos desenvolveu um protótipo capaz de entender o que um cão quer dizer quando ladra e traduzi-lo para linguagem humana. Chama-se "No more woof" e lançou ontem uma campanha na plataforma de crowdfunding Indiegogo para angariar 10 mil dólares.
"O No More Woof é um pequeno gadget que utiliza a mais recente tecnologia em micro computação e EEG [eletroencefalograma] para analisar os padrões de pensamento animal e traduzi-los em linguagem humana, usando um altifalante", explica a equipa por detrás do projeto.
"Entre os padrões encontrámos 'Estou cansado', 'Tenho fome' e intensa actividade cerebral quando um cão vê uma cara nova: 'Quem ÉS tu?'", adiantam os suecos.
A tecnologia usada no projeto resulta da combinação de três áreas diferentes: sensores EEG, micro-computação e software BCI (Brain Computer Interface). Este aparelho só é possível devido aos grandes avanços que aconteceram na última década e permitiram fazer "mapas" do cérebro e das suas funções.
Outro padrão muito frequente, segundo a pesquisa da equipa sueca, é "Quero fazer chichi." Mas os investigadores alertam: embora as ondas cerebrais do cão apontem para determinada direção, como 'tenho fome', isto não quer dizer que o animal pensa que tem fome. "É mais um estado mental que um pensamento, embora a diferença entre estas duas coisas seja uma questão filosófica interessante."
O No More Woof tem 59 dias para chegar aos 10 mil dólares. No primeiro dia, já angariou 1105 dólares, oferecendo três maneiras de participar no projeto: 65, 300 ou 1200 dólares. A equipa espera poder lançar o produto "dentro de alguns anos", visto que ainda é um protótipo em estado incipiente e precisa de financiamento para ser completamente desenvolvido.
fonte: Dinheiro Vivo
Jovem criou um carro feito de Lego e movido a ar
Projeto custou mais de 43 mil euros
Um único tweet foi o suficiente para angariar o dinheiro que faltava para construir um carro em tamanho natural movido por ar. E feito de peças Lego.
A obra é de um romeno de 20 anos, Raul Oaida, que, na verdade, já não é principiante nestas experiências: em 2012, construiu uma nave espacial, com peças de Lego, que chegou a atingir uma altitude de 35 mil metros. O seu novo projeto, feito de mais de 500 mil peças de Lego, é impulsionado por ar comprimido, sendo capaz de atingir uma velocidade de 24 quilómetros por hora, explica o Mashable.
De acordo com o site tecnológico, quando o empreendedor de Melbourne Steve Sammartino viu o projeto, contactou Oaida para que trabalhassem em algo maior. A dupla já tinha visto motores Lego, mas queriam levar o projeto a outro nível. Criaram o Super Awesome Micro Project e Sammartino começou a angariar dinheiro, através do Twitter, em fevereiro de 2012: “Se alguém estiver interessado em investir 500 a 1000 dólares num projeto espetacular e inédito, mande-me um tweet”, escreveu na sua conta.
Em poucas semanas, a rede de investidores e empreendedores de Sammartino doou 20 mil dólares ao projeto, que, no total, custou mais de 60 mil dólares (cerca de 43,8 mil euros). O carro é movido a ar comprimido, que é armazenado em dois pequenos tanques. O ar é libertado para um motor pneumático feito de peças Lego e, depois, para o eixo acionador do carro. O projeto levou 18 meses a ser concluído.
fonte: Dinheiro Vivo
sábado, 14 de dezembro de 2013
As árvores do vento da Nova Zelândia
As árvores de Slope Point crescem na direcção das rajadas que atingem o local
Por Rita Casinhas
Slope Point é o ponto mais meridional da Ilha do Sul – uma das maiores da Nova Zelândia – localizado no Parque Nacional da região de Catlins, a uma distância quase idêntica do Equador (5.100 quilómetros) e do Pólo Sul (4.800 quilómetros), motivo por que é afectado pelos fluxos de ar do Oceano Árctico, que ali se encontram e provocam ventos fortes e efeitos irreversíveis.
Um bom exemplo desses efeitos são as árvores da região, que se tornaram uma atracção para os visitantes e um tema recorrente na rede social de partilha de imagens 'Flickr'.
Com condições climatéricas tão duras, poucos são os neozelandeses que se atrevem a morar em Slope Point.
Alguns dos poucos habitantes plantaram árvores no local, com o objectivo de proteger o gado das ventanias e rajadas.
O que os habitantes que as plantaram não esperavam era que as árvores crescessem moldadas pela direcção do vento e, ao contrário de todas as outras, adoptassem formas particularmente especiais, com troncos e galhos retorcidos, não tendo por isso a utilidade desejada.
O caminho de acesso pode ser realizado de carro: de Waikawa, uma pequena aldeia turística de pescadores, antigo porto para trocas de madeira, é possível continuar para sul, pela Haldane-Curio Bay Road. Por fim, chegado à povoação de Haldane, Sole Point Road encontra-se a cerca de 5km novamente a Sul.
Após este caminho, os visitantes são obrigados a estacionar e a aventurar-se pelos escassos trilhos e atalhos, entre falésias que caem a pique até ao mar, com o propósito de presenciar e fotografar esta força da natureza. Têm de andar pelo menos 20 minutos a pé fora da estrada que mais se aproxima do local, interditado entre Setembro e Novembro, a altura de reprodução das ovelhas.
fonte: Sábado
Homem mordido no pénis por uma cobra
Um homem de 34 anos foi mordido no pénis por uma cobra, quando utilizava uma casa de banho pública da cidade de Mankranso, no Gana.
De acordo com a TV Globo, Kwabena Nkrumah sentiu uma dor aguda no órgão sexual, vendo rapidamente o animal próximo de si.
Após o ataque do réptil, a vítima foi transportada de urgência para um hospital local, onde recebeu assistência médica.
fonte: Correio da Manhã
Descoberta uma segunda linguagem escondida no ADN
Representação da molécula de ADN INSTITUTOS NACIONAIS DE SAÚDE DOS EUA
O alfabeto da vida continua a surpreender-nos, como revela um estudo na revistaScience.
Foi descoberto uma segunda linguagem no ADN, contendo informações que deverão ajudar a clarificar as mutações genéticas presentes nas doenças, revela um estudo que a revista Sciencepublica esta sexta-feira.
Durante muito tempo após a decifração da estrutura do ADN – a famosa molécula em forma de dupla hélice –, no início dos anos 1960, os cientistas pensaram que o código genético das células continha apenas a informação necessária à produção das proteínas do organismo. Até há relativamente pouco tempo, esta era, aliás, a visão dominante.
Agora, segundo John Stamatoyannopoulos, um dos autores da investigação e professor na Universidade de Washington, nos EUA, o genoma usa o código genético para “escrever” duas linguagens em simultâneo: além da que permite comandar o fabrico de proteínas, uma outra – a agora revelada – dá as instruções às células para determinar o controlo dos diferentes genes. A primeira linguagem (designada por “codões”) comanda o fabrico dos tijolos (os aminoácidos) que compõem as proteínas. À segunda linguagem, contida nalguns codões, a equipa chama agora “duões”.
Como uma linguagem é escrita por cima da outra, essa é a razão por que demorou tanto tempo a ser descoberta, refere um comunicado da Universidade de Washington. Esta investigação foi feita no âmbito do ENCODE, um projecto internacional para descobrir onde e como os códigos das funções biológicas estão armazenados no genoma humano.
O estudo sustenta que estes dois códigos no ADN evoluíram em consonância um com o outro, e o que controla as instruções genéticas parece contribuir para estabilizar certas características benéficas das proteínas e o modo como são produzidas.
“O facto de o código genético poder, simultaneamente, 'escrever' dois tipos de informação significa que numerosas alterações no ADN, que parecem modificar as sequências das proteínas, podem de facto causar doenças, ao perturbarem os programas de controlo dos genes e mesmo da produção de proteínas”, defendeu John Stamatoyannopoulos.
“Durante mais de 40 anos, presumimos que as mutações que afectavam o código genético apenas tinham impacto na forma como as proteínas são feitas”, acrescentou o investigador, citado num comunicado da sua universidade. “Agora sabemos que esta suposição sobre a leitura do genoma humano não viu metade da fotografia. Estes novos resultados sublinham que o ADN é um aparelho incrível de armazenamento de informação, que a natureza explorou de maneiras inesperadas.”
fonte: Público
Afinal, os dinossauros bico-de-pato também tinham cristas como os galos
Ilustração científica do Edmontosaurus regalis, com o seu bico de pato e a crista de galo
JULIUS CSOTONYI/BELL/FANTI/CURRIE/ARBOUR/CURRENT BIOLOGY
O fóssil de Edmontosaurus regalis em que ficaram preservadas a crista (o alto arredondado) e as escamas do pescoço FEDERICO FANTI
Possuía um focinho semelhante a um bico de pato, uma característica comum deste grupo de dinossauros. Já da crista de tecido mole – agora encontrada – ainda não havia nenhum registo.
O registo fóssil dos Edmontosaurus, um dos dinossauros bico-de-pato, é bastante rico, compondo-se não só de ossos, mas também de conteúdos estomacais e impressões de pele. Foram as impressões das escamas, mas sobretudo as marcas deixadas por uma crista não óssea que tornaram um exemplar deEdmontosaurus regalis encontrado na Formação Wapiti, em Alberta (Canadá), tão surpreendente. A descoberta foi publicada na última edição da revista Current Biology.
“A pele e os músculos estão entre os primeiros materiais a decomporem-se depois de um animal morrer, portanto é raro fossilizarem”, esclarece ao PÚBLICO um dos autores do estudo, Phil Bell, da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália. Justifica-se assim por que é que os investigadores deram destaque à descoberta do primeiro exemplar de Edmontosaurus regaliscom uma crista composta exclusivamente de tecidos moles (que se decomporia facilmente).
Acontece, por vezes, que certos materiais de rápida decomposição ficam preservados, como nas múmias naturais ou mesmo nos fósseis, mas em ambos os casos requerem-se condições muito especiais que só se verificam esporadicamente. “[Neste caso] achamos que pode ter havido uma bactéria responsável pela preservação da pele nos primeiros momentos depois do material ter ficado enterrado. Poderá ser uma bactéria que facilite a deposição de elementos como ferro e cálcio na pele, ajudando a que seja criada uma réplica [molde] perfeita da pele e das escamas”, diz o investigador.
As condições particulares a que foram sujeitos os organismos para se transformarem em fósseis na jazida canadiana ainda não são conhecidas, mas Phil Bell especula: “Devem ter sido únicas e ideais para a preservação de tecidos moles, porque há uma elevada percentagem de hadrossauros [família a que pertencem osEdmontosaurus] que deixaram impressões de pele na Formação Wapiti.”
No grupo dos hadrossauros – ou dinossauros bico-de-pato – existem algumas espécies com cristas ósseas ocas, que parecem estar relacionadas com a produção e amplificação de sons, função também atribuída à estrutura existente na cabeça do casuar (uma ave corredora moderna da Oceania). Já no caso da crista de tecido mole, ela poderá ter uma função mais semelhante à crista dos galos, tendo um papel nas relações sociais e na selecção sexual. O uso como defesa ou na acumulação de gordura não parecem adequar-se à estrutura encontrada.
Enquanto alguns cientistas defendem que os hadrossauros terão perdido as suas cristas ao longo do tempo, a recente descoberta vem mostrar que as cristas ósseas (com ou sem tecidos moles) poderão ter sido sucedidas por cristas exclusivamente de tecidos moles (sem estrutura óssea).
Centenas de dentes amontoados
A crista do Edmontosaurus regalis encontrada pela equipa multinacional – com investigadores da Universidade da Nova Inglaterra, Universidade de Bolonha (Itália) e Universidade de Alberta – estava nitidamente agarrada ao crânio, sem, contudo, ter nenhum suporte ósseo associado. Media 33 centímetros de comprimento (num crânio de um metro), tinha praticamente a largura do crânio e a sua altura chegava aos 20 centímetros. Estava revestida por escamas poligonais homogéneas de três a quatro milímetros, que também ficaram preservadas.
Para os autores do estudo, a presença destas cristas pode não ser exclusiva do Edmontosaurus regalis, pode até nem estar restrita ao grupo dos hadrossauros. “Não há nenhuma razão para que outras estruturas carnudas estranhas não pudessem existir numa série de outros dinossauros, incluindo T-rex e Triceratops”, diz Phil Bell, no comunicado de imprensa.
Os Edmontosaurus – que significa "lagartos de Edmonton", uma localidade em Alberta – foram dos dinossauros mais comuns da América do Norte no Cretácico Superior, há 65 a 75 milhões de anos. Estes dinossauros, que podiam chegar aos 13 metros de comprimento, deslocavam-se em grandes manadas de herbívoros, com milhares de indivíduos, cujo papel no ecossistema seria equivalente ao que os veados, por exemplo, desempenham hoje em dia. Tinham centenas de dentes amontoados na parte de trás das mandíbulas, perfeitamente adaptados para moer as plantas de que se alimentavam, incluindo as folhas rígidas das coníferas.
fonte: Público
Assim era o clima na terra dos hobbits
Mapa simulado por computador do mundo de Arda, do qual faz parte a Terra Média (situada no interior do rectângulo vermelho) CORTESIA DE DAN LUNT
Por ocasião da estreia esta semana, em quase toda a Europa (e nesta quinta-feira em Portugal), de O Hobbit – A Desolação de Smaug, o segundo filme da nova trilogia cinematográfica inspirada na célebre obra de J.R.R. Tolkien, um especialista britânico das alterações climáticas simulou o clima da Terra Média.
Como terá sido o clima no continente imaginário onde viviam, em tempos de fantasia, os hobbits, elfos, anões, orcs, dragões e outras criaturas inventadas nos anos 1930 pelo escritor britânico John Ronald Reuel Tolkien? Está lá tudo num artigo publicado há dias por um eminente ambientalista da Terra Média, o grande feiticeiro Radagast, o Castanho, na revista…Journal of Hobbitlore.
Bom, não é bem assim. A revista em causa não existe e Radagast é, na realidade, o nom de plume de Dan Lunt, climatólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Mas o artigo é, quanto a ele, bem real – para além de perfeitamente científico – e está acessível online no site daquela universidade.
Lunt, que disse ao PÚBLICO ser fã de Tolkien e nem sequer se conseguir lembrar exactamente de quantas vezes leu O Hobbit eO Senhor dos Anéis, teve a ideia de aplicar àquele mundo imaginário os modelos matemáticos habitualmente utilizados, graças a poderosos supercomputadores, para simular a meteorologia e o clima da Terra.
“Este trabalho foi divertido, mas também tem um lado sério”, diz Lund em comunicado. “Uma parte central do nosso trabalho aqui em Bristol envolve a utilização dos mais avançados modelos para simular e compreender o clima da nossa Terra. E ao compararmos os resultados das nossas simulações com dados de observação relacionados com as alterações climáticas do passado – como, por exemplo, anéis de crescimento das árvores, amostras de gelo ou fósseis antigos de animais e de plantas – podemos validar os modelos climáticos e aumentar a nossa confiança na precisão das suas previsões para o clima no futuro.” Dito por outras palavras, as simulações das alterações do clima no passado são úteis porque é possível observar hoje o que efectivamente aconteceu para saber se os modelos climáticos estão ou não a prever correctamente o que nos espera daqui para a frente.
No seu artigo, Lunt/Radagast apresenta simulações da Terra Média e compara-as com simulações da Terra nos tempos pré-industriais e da Terra de há 65 milhões de anos – antes de os dinossauros, que na altura reinavam no nosso planeta, terem sido arrasados pela queda de um meteorito na península do Iucatão, no território do México actual. Pode, de facto, parecer uma brincadeira, mas as suas conclusões sobre a Terra Média são, no fundo, tão válidas do ponto de vista científico como as que dizem respeito à Terra.
Topografia tolkieniana
“Como os modelos do clima se baseiam em processos científicos fundamentais, conseguem simular não só o clima da Terra dos dias de hoje, como podem também ser adaptados para simular qualquer planeta, real ou imaginário, desde que sejam conhecidas a posição e altura dos continentes e a profundidade dos oceanos”, salienta a este propósito, no mesmo comunicado, Richard Pancost, director do instituto da Universidade de Bristol onde trabalha Lunt. A partir dessas condições iniciais e tendo em conta uma série de parâmetros adicionais, torna-se possível fazer evoluir o clima ao longo de séculos – e mesmo de milénios – dentro do computador.
Foram esses parâmetros, entre outros, que foi preciso determinar em relação à Terra Média, explica detalhadamente Lunt – ou melhor, Radagast – no seu artigo, frisando que utilizou para isso “os mapas e manuscritos conservados nos arquivos de Rivendell” (cidade habitada pelos elfos). Leia-se, os mapas e documentos da autoria do próprio Tolkien.
“Ao sopé das regiões montanhosas foi atribuída uma altitude de 2000 metros acima do nível do mar, às montanhas uma altitude de 4000 metros, aos rios de 100 metros e a todas as outras regiões continentais uma altitude de 300 metros”, escreve o feiticeiro-climatólogo. “Além disso, foi introduzida uma ligeira variação aleatória para representar pequenas características topográficas que não foram desenhadas nos mapas originais.” Quanto aos oceanos que rodeiam a Terra Média, a sua profundidade “foi aumentada progressivamente a partir da costa, até a um valor máximo de 4000 metros”.
Uma das escolhas que o autor teve de fazer para conseguir transpor o célebre mundo imaginário de Tolkien para o modelo matemático do clima, que utiliza como base um planeta esférico, consistiu justamente em mapear a Terra Média sobre uma bola. A decisão foi “difícil”, salienta Radagast, porque a Terra Média “é aparentemente plana e circular”. Aliás, faz notar a certa altura que o seu chefe, o feiticeiro Saruman, o Branco (ou será Richard Pancost?), acha essa opção “disparatada”… Mas adiante.
Já agora, Radagast também optou por considerar que a inclinação do eixo do planeta onde fica a Terra Média e a sua taxa de rotação eram semelhantes aos do planeta Terra. Em termos de vegetação (um outro parâmetro que foi preciso definir), o grande feiticeiro cobriu inicialmente toda superfície da Terra Média de arbustos. Diversos habitats viriam, porém, a evoluir mais tarde, devido às demais condições ambientais.
Faltava especificar um último ingrediente antes de lançar a simulação: a concentração de dióxido de carbono na atmosfera do planeta imaginário. Radagast decidiu que o ar da Terra Média continha tanto CO2 como a Terra do tempo dos dinossauros, “algo que poderia ser interpretado como o efeito das emissões de gases de estufa vindas do Monte da Condenação”, escreve, referindo-se a um grande vulcão da Terra Média, situado na tenebrosa região de Mordor, antro do maldoso Sauron.
Lunt (é ele que tem acesso a um supercomputador) simulou o clima da Terra Média durante apenas 70 anos, razão pela qual pensa que talvez os resultados não sejam definitivos, uma vez que o clima não teve tempo suficiente para estabilizar. Quando lhe perguntámos por que é não deixou o software "correr" durante mais tempo, respondeu-nos que não lhe teria sido possível justificar uma utilização mais prolongada do supercomputador para este trabalho. Aliás, fez questão de notar, inclusive nos agradecimentos do artigo, que tinha realizado esta simulação “durante os seus tempos livres”, sem qualquer tipo de financiamento da sua instituição.
Seja como for, obteve vários resultados interessantes. Por um lado, mostrou que, em primeira análise, o clima da Terra Média é semelhante ao “da Europa Ocidental e da África do Norte” actuais. E também que Mordor tem “um clima inóspito, mesmo sem ter em conta os efeitos de Sauron – quente e seco com escassa vegetação". A maior parte da Terra Média, contudo, estaria povoada por florestas, “se a paisagem não tivesse sido alterada pelos dragões, orcs, feiticeiros, etc.”
E se quiséssemos comparar o clima das diversas regiões da Terra Média com o de regiões conhecidas da Terra? – interroga-se no fim o autor. Então concluir-se-ia que, com temperaturas médias anuais que rondam os sete graus Celsius e uma pluviosidade de 61 milímetros por ano, o clima da região do Shire, a oeste, onde vivem os hobbits, é parecido com o da Bielorrússia (curiosamente, também é parecido com o clima de certas regiões do “meio” da Inglaterra...). Pelo seu lado, o clima da região de Mordor, mais a sul, é mais parecido com o do Oeste do Texas e com o de Los Angeles, nos EUA.
Radagast também disponibilizou no site da universidade transcrições do seu artigo para o alfabeto élfico e para as runas dos anões (infelizmente, os seus conhecimentos das línguas destes dois povos da Terra Média parecem ter sido insuficientes para garantir uma verdadeira tradução). Quando fizemos notar ao seu alter egoLunt que o título da versão rúnica continha várias gralhas, respondeu-nos tratar-se, provavelmente, de um erro de softwareque outros leitores também já lhe tinham feito notar. Porém, acrescentou: “Até agora, não recebi nenhuma queixa dos anões!"
fonte: Público
Peste de Madagáscar provocada pela bactéria da Peste Negra
A peste que matou recentemente 39 pessoas em Madagáscar é provocada pela mesma bactéria da Peste Negra do século XIV, que nunca foi erradicada, explicou a investigadora Teresa Novo, que desvalorizou o risco de pandemia.
"Não me parece que, sem intervenção humana, pelo facto de vivermos num mundo globalizado, haja o risco de propagação a nível mundial", disse a cientista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, em resposta escrita a perguntas da Lusa.
O Ministério da Saúde de Madagáscar anunciou na quinta-feira que a peste bubónica causou 39 mortos nas últimas semanas no país.
Segundo Teresa Novo, estes casos, como todas as epidemias e pandemias de peste, são provocados pela bactéria Yersinia pestis, que nunca foi erradicada "devido à complexidade da sua epidemiologia".
A bactéria existe em ratos silvestres, que são reservatórios da doença e não morrem da infeção, e é transmitida por pulgas. No entanto, o facto de a doença ter "ciclos silváticos, rurais e urbanos" e envolver diferentes hospedeiros vertebrados e espécies de pulgas em cada um deles dificulta a sua erradicação.
"Por razões que não estão ainda muito bem esclarecidas, por vezes a infeção nos roedores silváticos atinge níveis tão elevados que até eles próprios morrem", levando as pulgas a abandonarem o hospedeiro e a manterem-se no ambiente até conseguirem encontrar um novo hospedeiro.
A bactéria pode assim começar a dispersar-se geograficamente, aumentando as probabilidades de contacto com humanos, explicou Teresa Novo, que recorda que os humanos podem também entrar em contacto com estes ambientes silvestres, podendo aí ser picados por pulgas infetadas e regressando com a doença para as aldeias, vilas ou cidades.
Segundo a cientista, tem havido casos pontuais de peste bubónica em humanos por todo o mundo, dos EUA, à América do Sul, África e Ásia.
No entanto, e embora na sua forma mais grave a doença seja transmissível entre humanos através de gotículas de saliva, Teresa Novo considera pouco provável a existência de uma epidemia transnacional, já que nessa fase o doente está já num estado grave e "não anda a 'passear', devendo mesmo ser hospitalizado e isolado.
"Considerando a rapidez e gravidade dos sintomas, acho difícil alguém infetado fazer uma viagem de avião", disse a investigadora, admitindo no entanto a possibilidade de uma pulga infetada poder viajar com um passageiro ou com um animal de companhia.
Num caso desses, e sendo a peste uma doença de notificação obrigatória, as medidas preventivas seriam a disponibilização à população de informação apropriada sobre os sintomas de peste e o que fazer em caso de suspeita de infeção e aos clínicos de informação sobre diagnóstico e tratamento.
Segundo Teresa Novo, numa pessoa com um sistema imunitário saudável, a doença cura-se com recurso a antibióticos e "não é suposto ocorrer mortalidade".
Questionada sobre eventuais medidas preventivas a tomar em caso de viagem para Madagáscar, a cientista sublinhou que serão apenas necessárias precauções em atividades que envolvam contacto com ambientes silvestres, devendo nesse caso usar-se roupa que permita reduzir a superfície de pele exposta, botas com calças por dentro das meias e uso de repelentes sobre a roupa.
Recomendou ainda a ida prévia a uma Consulta do Viajante.
A peste bubónica chama-se assim porque a multiplicação da bactéria ocorre num gânglio linfático, que aumenta muito de tamanho e torna-se claramente percetível e doloroso: são os chamados bubões.
Se a doença não for tratada, outros gânglios serão afetados e, posteriormente, outros órgãos, nomeadamente os pulmões.
Nesta fase, para além dos bubões, há febre, dores de cabeça e fraqueza.
Se não for atempadamente ou acertadamente tratada, a doença pode provocar dor abdominal e hemorragias, assim como a morte da pele e tecidos (peste septicémica).
Quando a bactéria atinge os pulmões, desenvolve-se também pneumonia, que pode levar a falha respiratória, e nesta fase a doença pode transmitir-se entre humanos via aerossóis.
A peste causou ao longo dos séculos três vagas de pandemias, responsáveis pela morte de 200 milhões de seres humanos. No século XIV, entre 1347 e 1350, matou mais de um terço da população europeia.
fonte: Jornal de Noticias
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