Uma equipa de investigadores conseguiu pela primeira vez filmar e recolher amostras nas águas turvas do lago Mercer.
Chegar ao fundo do lago Mercer, o mais profundo alguma vez explorado na Antártida, "é como aterrar noutro planeta".
Pela primeira vez, depois de dez anos de preparação, uma expedição conseguiu perfurar 1.068 metros de gelo e chegar às águas do Mercer, um lago maior do que a cidade de Barcelona e com 15 metros de profundidade.
"Acreditamos que este lago e todos os organismos que o habitam tenham estado completamente isolados do exterior durante mais de cem mil anos", disse John Priscu, líder da expedição "Acesso Científico aos Lagos Subglaciais da Antártida (Salsa)", citado pelo El País .
Nos primeiros dias deste ano, investigadores retiraram do fundo do lago 60 litros de água. As primeiras análises mostram que em cada mililitro de água doce há cerca de dez mil micróbios, um número menor do que no oceano, mas considerável para um lugar onde não chega qualquer raio de luz.
Falta descobrir como conseguem sobreviver. É possível que em vez de fazerem fotossíntese para extrair energia os micróbios consigam comer os minerais das rochas no fundo do lago. O certo é que o metabolismo destes organismos não é idêntico ao dos encontrados no fundo dos oceanos.
Os cientistas vão analisar as amostras em mais detalhe para tentar descobrir se há mais micróbios ou até animais dentro do Mercer.
Debaixo do gelo antártico há mais de 300 lagos, um mundo mais desconhecido do que a superfície de Marte. São também o mais parecido que podemos encontrar no planeta Terra com os oceanos subglaciais de Marte ou Plutão, locais onde a existência de vida noutros locais do Sistema Solar é mais provável.
fonte: TSF
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