Imagem artística do objecto OTS44, no meio do disco de gases e poeiras MPIA /A. M. QUETZ
Ninguém sabe muito bem se são planetas, anãs-castanhas ou outra coisa. O certo é que viajam solitários pela Via Láctea, sem orbitarem uma estrela
A descoberta do parecem ser dois jovens planetas que não orbitam nenhuma estrela está a confundir os cientistas. As imagens destes objectos solitários, com massa de planeta mas que nasceram como estrelas, foram registadas por duas equipas independentes, uma do Instituto de Astronomia Max Planck, na Alemanha, e outra da Universidade do Havai.
“Costumava ser tão simples. As estrelas formavam-se pelo colapso de nuvens de gases gigantescas; os planetas formam-se em discos de gases e poeiras em torno da sua estrela hospedeira”, refere o comunicado de imprensa do Instituto de Astronomia Max Planck.
Viki Joergens, do Max Planck, e a sua equipa estudaram o astro OTS44, com apenas dois milhões de anos. Tem 12 vezes a massa de Júpiter e continua a crescer, devido a matéria que gira à sua volta. “Podemos ver que nasceu com uma estrela vulgar”, afirma Joergens.
Também o jovem astro PSO J318.5-22, com 12 milhões de anos, descoberto pela equipa de Michel Liu, da Universidade do Havai, poderá ter nascido da mesma forma. Apesar de ter seis vezes a massa de Júpiter, é o astro solitário com menor massa até hoje detectado.
A descoberta do PSO J318.5-22 ocorreu quando se perscrutava o céu em busca de anãs-castanhas (estrelas falhadas, que não chegam a ter massa suficiente para se “acenderem”) e se detectou um objecto que emitia mais radiação infravermelha do que os que estavam à sua volta.
Tem características semelhantes às dos planetas gasosos gigantes, como a massa, a cor e o conteúdo energético. “Vai fornecer provas maravilhosas sobre o funcionamento dos planetas gasosos gigantes, como Júpiter, nas fases iniciais da sua evolução”, frisa Niall Deacon, do Max Planck, também co-autor do estudo do PSO J318.5-22.
Estes objectos solitários, que têm ao mesmo tempo características de planetas, estrelas e anãs-castanhas, e que vagueiam pela Via Láctea, poderão vir a alterar a nomenclatura tradicional atribuída aos astros.
fonte: Público
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