O estudo detalhado dos minerais do Planeta Vermelho revela presença de argilas hidratadas de norte a sul
Condições favoráveis ao aparecimento de vida, graças à presença de água em estado líquido, terão existido em toda a superfície de Marte há mais de quatro mil milhões de anos. Segundo a Agência Espacial Europeia, o estudo detalhado dos minerais presentes nas crateras do Planeta Vermelho mostra que a presença de água não se limitava às terras altas do Sul, como até agora se pensava, existindo também nas planícies do Norte.
A água na superfície de Marte terá sido uma realidade durante algumas centenas de milhões de anos, disse Jean-Pierre Bibring, do Instituto Espacial de Astrofísica da Universidade de Paris, citado pela AFP. A análise dos dados da sonda Mars Express (ESA) e da Mars Reconnaissance (NASA) revela que "havia água, mas não na forma de um grande oceano", acrescentou. A presença de argilas hidratadas já tinha sido descoberta pela equipa de Bibring no Sul do planeta, tendo agora havido a confirmação de que também existiram no Norte.
As conclusões contradizem as de uma equipa norte-americana, segundo as quais um grande oceano terá coberto um terço da superfície de Marte há 3,5 mil milhões de anos. Mas segundo Bibring, nessa altura "Marte já tinha perdido a sua atmosfera" e "a água já não existia em estado líquido à superfície".
De acordo com o cientista francês, podiam existir lençóis de água, mas esta não ficava tempo suficiente à superfície para alimentar esses supostos oceanos perenes. A água evaporava ou introduzia-se no solo, indicou Bibring.
fonte: Diário de Noticias
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