terça-feira, 28 de agosto de 2018

Robôs são vítimas fáceis dos hackers


Imagine que está numa demonstração de robôs com aspeto humanóide capaz de cumprimentar as pessoas e falar com elas. O criador pede-lhe que se voluntarie para apertar a mão de um robô e diz “não se preocupe, ele é inofensivo”. E quando está a cumprimentá-lo, o robô vira-se para si e diz “cumprimentos dos hackers”. Ia apanhar um susto, não é verdade? Foi mais ou menos isso que aconteceu numa demonstração na Universidade de Washington.

O Herb2 ainda está em fase de testes, nos laboratórios daquela universidade americana. Mas enquanto estava a ser alvo de um experiência, pediram-lhe para dizer alguma coisa, e a frase que saiu foi “hello from the hackers” (“cumprimentos dos hackers”). Na Universidade de Washington, já sabiam que isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde, pois foram avisados pela rival Universidade Brown. Os engenheiros desta quis provar que a falta de segurança nos novos robôs que ainda é assustadoramente normal, publicando um estudo científico sobre o assunto no site arXiv.

Os engenheiros e professores universitários especializados em robótica recorrem com grande frequência ao Robot Operating System (ROS), uma coleção de ferramentas open source, que tem facilitado o trabalho e a cooperação entre as várias pessoas que estão a desenvolver sistemas diferentes de robôs. No entanto, como foi feito para ser usado por toda a gente, não tem sistemas de segurança e pode ser controlado externamente. Os hackers da Universidade Brown admitiram à revista Wired que “podíamos espiar pela câmara e mexer os braços. Vimos o aplicativo de texto e sabíamos que o podíamos pôr a falar de forma misteriosa”.

O Herb2 estava conectado à internet, razão porque foi encontrado por uma ferramenta chamada Zmap. Não é normal que estejam ligados online, embora também não seja incomum. Mas com a pressa para criar robôs funcionais com algum tipo de inteligência artificial e capazes de imitar comportamento humano, a segurança começa a ser descurada. O potencial para ferir pessoas está lá, mas basta um hacker reprogramar um sistema numa fábrica para falhar uma tarefa, e um serviço pode perder logo vários milhares de euros em alguns segundos.

fonte: Motor 24

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