sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A ventoinha solar que quer revelar Júpiter é lançada nesta sexta-feira


Uma representação da sonda já perto de Júpiter


A sonda tem 20 metros de diâmetro


Juno, perto de Júpiter

Vão ser seis anos de missão: cinco de viagem e um de ciência. Juno vai voar até Júpiter para tentar compreender alguns dos mistérios do planeta e escavar mais um pouco da história do Sistema Solar. A contagem decrescente termina nesta sexta-feira. A sonda da NASA vai ser lançada entre as 16h34 e as 17h43 (hora de Lisboa) no foguetão Atlas V a partir do Cabo Canaveral, na Florida, Estados Unidos, se as condições climatéricas permitirem.

No espaço, os três painéis solares que dão a Juno o ar de uma ventoinha e alimentam os motores com a energia do Sol, vão desembrulhar-se, e a nave irá iniciar a viagem. A rota da sonda vai ser elíptica. Uma primeira volta vai levar a sonda para lá da órbita de Marte. Depois a nave volta a aproximar-se à Terra para ganhar novo impulso e dirigir-se até Júpiter. A missão custou ao todo 1,1 mil milhões de dólares (777 milhões de euros) e se tudo correr bem, prevê-se que a chegada a Júpiter seja em Julho de 2016. Depois inicia-se um ano de investigação científica.

Pistas do passado

Júpiter é imenso, um colosso de hidrogénio e hélio com um diâmetro de 142.984 quilómetros onde gravitam à volta 64 satélites. Segundo as contas da NASA, o volume do planeta é 1321 vezes o da Terra e a massa é 318 vezes maior. “Júpiter provavelmente formou-se primeiro; é o maior de todos os planetas. De facto, tem mais material do que o resto do Sistema Solar junto”, disse citado pela BBC News Scott Bolton, responsável pela missão.

Um dos objectivos de Juno é medir a quantidade de água que existe no astro. Esta indicação poderá desvendar onde é que estava o oxigénio no início do Sistema Solar e como é que a formação dos oito planetas foi condicionada pelos ingredientes que existiam em cada região. “Compreender a história da água no início do Sistema Solar é uma questão fundamental, e Júpiter vai nos dar a primeira pista”, disse o cientista, desta vez à Nature.

Para isso, a nave vai utilizar um detector de micro-ondas que analisará a atmosfera de todo o planeta a várias altitudes para detectar a água. Esta informação também vai ajudar a perceber se o planeta foi formado mais longe ou mais perto da órbita actual. As medições serão feitas durante as 33 órbitas que a nave vai realizar em torno do planeta, que foram pensadas pelos cientistas da NASA. As voltas serão elípticas, passam junto dos dois pólos e ficam afastadas da região central, de modo a evitar a forte magnetosfera de Júpiter – um dos principais fenómenos do planeta que a nave irá observar.

O tamanho deste astro faz com que o hidrogénio no seu interior esteja submetido a pressões incríveis que alteram as suas características. É um líquido metálico que gera a maior magnetosfera que existe no Sistema Solar. A Juno tem dois magnetómetros que vão medir as partículas que geram este fenómeno e ao mesmo tempo vão observar as auroras boreais que se formam nos pólos.

As 33 voltas permitem realizar um mapa completo por toda a superfície de Júpiter. Quando terminar a sua última órbita, Juno colidirá com o planeta. Um final de vida simbólico, já que a sonda tem o nome da mulher de Júpiter – o rei dos Deuses na mitologia romana.

fonte: Público

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