domingo, 1 de abril de 2012

Os últimos mamutes morreram há 3.600 anos, mas eles poderiam ter sobrevivido


Nós normalmente pensamos em mamutes como criaturas da Idade do Gelo, mas será que isso é correto? 

A maioria, de facto, morreu há 10.000 anos, mas uma pequena população resistiu e morreu há 1.650 anos a.C. na Ilha de Wrangel. Então, por que eles foram extintos? 

A Ilha de Wrangel é um pedaço de terra desabitada na costa norte do extremo leste da Sibéria, localizada a 37 km da ilha mais próxima e 87 km da Rússia continental. 

Sua extensão total é de 2.900 km². As pesquisas mostram que há quase 4.000 anos a ilha abrigou a última população de mamutes do planeta. Durante mais de 6.000 anos uma população de 500 a 1.000 mamutes teria vivido e suportado as condições da ilha e, em seguida, extintos. 

É notável perceber que 1.650 a.C é uma época muito recente. Os faraós do Egito estavam no meio de seu reinado e a Grande Pirâmide de Gizé já tinha 1.000 anos de idade. 

A Suméria – primeira civilização da Mesopotâmia havia sido conquistada 500 anos antes. Stonehenge possuía 400 a 1500 anos de idade. 

E mesmo com seres humanos habitando intensamente o planeta, suas ignorâncias não os permitiam descobrir os fascinantes mamutes escondidos numa ilha da Sibéria. 

Sendo assim, o que de facto matou os mamutes? Esse tem sido o tema de um projeto de pesquisa de quatro anos de britânicos e suecos, e eles agora acreditam que a extinção definitiva dos mamutes poderia ter sido evitada e alguns espécimes poderiam ter sobrevivido. O co-autor do estudo, Amor Dalen, explicou à BBC News: 

“Queríamos descobrir por que esses mamutes foram extintos. A Ilha de Wrangel não é tão grande e foi inicialmente pensado que uma ilha tão pequena poderia criar problemas de consanguinidade e uma falta de diversidade genética. 

Mas o problema é que os mamutes realmente não possuíam grande variedade genética em seu ADN, especialmente nos últimos exemplares encontrados. 

As pesquisas mostram que a perda da diversidade foi de 30% quando os níveis populacionais caíram – mas isso era de se esperar. Quando examinamos uma amostra da ilha, observamos que a variabilidade genética não sofreu mais perdas e, portanto, a teoria da consanguinidade foi rejeitada. Os mamutes na ilha ficaram isolados por quase 6.000 anos, mas ainda conseguiram manter uma população estável”. 

Em vez disso, Dalen e o resto da equipa, acreditam que alguma mudança drástica deve ter ocorrido na Ilha de Wrangel ocasionando a morte dos mamutes, e há dois prováveis culpados: os seres humanos e o clima. 

As evidências arqueológicas sugerem que os humanos chegaram a Wrangel, mais ou menos na época em que os últimos mamutes desapareceram, mas não há evidências ainda para indicar que eles teriam caçado os mamutes. 

A resposta mais provável é a mudança climática, que como um efeito colateral, poderia muito bem ter favorecido a migração de humanos para ilha, o que lhes permitiu presenciar os últimos mamutes vivos. 

Seja qual for à causa exata da extinção dos mamutes, o facto de que eles não sucumbiram à endogamia é uma notícia boa para a conservação. 

Isto significa que uma pequena população de animais da mesma espécie pode manter a diversidade genética e sobreviver indefinidamente num pequeno pedaço de terra. 

Se os cientistas conseguirem clonar um mamute, como está cotado para ocorrer em 2013, com início das pesquisas cotado para este ano, certamente será proposto colocar os “novos” mamutes numa ilha, favorecendo e estimulando seu desenvolvimento natural.


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