sábado, 9 de abril de 2011

Marte arrefece duas vezes mais devagar que a Terra


O manto de Marte arrefece entre 30 e 40 graus a cada mil anos, duas vezes mais devagar que a Terra, revelou nesta quarta-feira o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França.

Pela primeira vez os investigadores franceses puderam reconstituir "com precisão" a evolução térmica do Planeta Vermelho há 4 mil anos, através do estudo da composição de rochas vulcânicas observadas pela sonda espacial da Nasa Mars Odyssey.

Os resultados, publicados pela edição digital da revista "Nature", contrastam com os do manto terrestre, cuja temperatura cai entre 70 e 100 graus cada milénio, um ritmo superior que os autores do estudo atribuem à influência das placas tectónicas, ausentes em Marte.

Os investigadores do CNRS, que assinam o estudo junto com colegas da Universidade Paul Sabatier de Toulouse, estudaram o silício, o ferro e o torio presentes na superfície marciana, materiais especialmente sensíveis às condições de temperatura.

Além disso, ressaltaram que a abundância destes três elementos numa dúzia de regiões vulcânicas de Marte constitui um "fantástico registo" dos processos de fusão nas profundezas de seu manto, e evidencia o arrefecimento do planeta ao longo do tempo.

A redução da temperatura no planeta representa um aumento da profundidade da litosfera, lugar onde se produz a fusão, até que chega um momento em que o magma interior não consegue atravessar a camada, pondo fim à actividade vulcânica.

Os resultados oferecem um novo destaque para abordar questões como as razões da paragem do campo magnético de Marte há quatro milénios, e as relações entre a actividade vulcânica e a composição da atmosfera no planeta.

fonte: terra

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