quarta-feira, 6 de abril de 2011

Descoberto numa lixeira texto mais antigo da Europa


Escavações na localidade grega de Iklaina


Placa de Iklaina

Uma placa de argila cozida com mais de 3 mil anos, considerada o mais velho texto escrito e decifrável da Europa, foi descoberta numa antiga "lixeira" de Peloponeso, na Grécia, indicou, este terça-feira, um arqueólogo que lecciona na Universidade norte-americana do Missouri.

Encontrada durante escavações numa colina de Iklena, uma pequena aldeia do departamento de Messene, a 300 quilómetros a sudoeste de Atenas, na Grécia, esta placa é aparentemente "um documento financeiro" proveniente de uma antiga cidade do período micénico, explicou o arqueólogo Michael Cosmopoulos, citado pela France Presse.

A placa de argila cozida tem mais um século do que as anteriores descobertas similares.

"Trata-se da mais antiga placa descoberta na Grécia, logo, a mais antiga da Europa", declarou Cosmopoulos.

"Numa das faces da placa figuram nomes e números e na outra um verbo que remete para o verbo confeccionar", precisou o especialista.

A inscrição na placa é em Linear B, uma escrita utilizada pelos micénicos da Idade do Bronze (1600 a.C.), a época da guerra de Troia, descrita na "Ilíada", de Homero.

As escavações, supervisionadas pela Escola de Arqueologia de Atenas e parcialmente financiadas pela National Geographic Society, começaram em 2006 e trouxeram à luz do dia as ruínas de uma grande estrutura com muralhas imensas, frescos e um sistema de drenagem avançado, datado de 1550-1440 antes da nossa era.

Segundo Cosmopoulos, que está a dirigir as investigações, o sítio foi provavelmente destruído por volta de 1400 a.C., antes de ser invadido pelo reino próximo de Pylos, cujo rei Nestor é mencionado na "Ilíada".

"A descoberta da placa sugere que a escrita é bastante mais antiga do que pensávamos até agora", considerou o académico.

A Escola de Arqueologia de Atenas deverá em breve dedicar uma publicação ao achado, que já saiu na National Geographic, ao passo que a placa será apresentada ao público por Cynthia Shelmerdine, uma especialista em escrita micênica da Universidade de Austin, no Estado norte-americano do Texas, que foi a primeira a decifrá-la, adiantou Cosmopoulos.

fonte: JN

Sem comentários:

Enviar um comentário